Sem trégua da estiagem, fogo no mato 'inferniza" vizinhos a terrenos baldios
Do dia 1º de até está quarta-feira já foram registrados 2712 incêndios em vegetação em Mato Grosso do Sul
Incêndio ao lado de uma reserva ambiental, no cruzamento entre as ruas San Marino Park e Gardênia, no bairro Cidade Jardim, nos altos da avenida Afonso Pena, incomodou a vizinhança e piorou ainda mais a qualidade do ar, em meio a uma estiagem que já chega a 49 dias em Campo Grande. O fogo começou em um terreno baldio e logo se espalhou pela região. Segundo os bombeiros, todo dia são pelo menos 6 casos do tipo. De janeiro até agora, já são 1431 casos de incêndio em vegetação na Capital.
O zootecnista Willian Filipe Barros, de 28 anos, contou à equipe de reportagem que saia da casa da tia, que fica em frente ao terreno, quando percebeu o incêndio. “Vi uma paca e cotias correndo do fogo, aí liguei para o Corpo de Bombeiros”, comentou. As chamas se espalharam rapidamente pelo matagal, deixando o entorno coberto por uma nuvem de fumaça.
“Nossa preocupação era o fogo se espalhar pela área de preservação, que fica bem ao lado do terreno”, reforçou o zootecnista. Os militares estiveram no local e conseguiram combater as chamas.
Acostumado a visitar a tia, Barros relatou que antes do incêndio, o terreno baldio era dominado pelo mato alto e chegava a ser usado como “lixão” pelos moradores, trazendo escorpiões para a região. Mas, se antes do fogo o problema era a sujeira, com o incêndio trouxe fuligem, o cheiro forte da fumaça e os problemas respiratórios.
Depois que o militares deixaram o local, novos focos de incêndio voltaram a aparecer. “Ligamos de novo para o 193”, reforçou Willian.
Segundo informações da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, do dia 1º de até está quarta-feira, dia 1º de agosto, já foram registrados 2712 incêndios em vegetação em Mato Grosso do Sul, desses 1431 deles aconteceram em Campo Grande. No mesmo período do ano passado foram registrados 2208 atendimentos no Estado.
Ainda conforme os bombeiros, na Capital, pelo menos 90% dos casos acontecem em terrenos baldios provocados pela própria população, que ateiam fogo na intenção de limpar as áreas abandonadas, ou até queimar amontoados de lixo.
Um dos casos aconteceu no dia 18 deste mês, quando uma grande área do Bairro Chácara Cachoeira, localizada entre os hospital Santa Maria e Proncor, foi completamente consumida pelo fogo. O fogo era visto de longe e o combate às chamas chegou a envolver a brigada de incêndio de uma das unidades.
Durante o período de estiagem, as equipes operacionais da cidade receberam o reforço das GCIFs (Guarnições de Combate a Incêndio Florestal). São três equipes, compostas por militares do setor administrativo, que concorrem a escala-extra e permanecem alerta para auxiliar o combate a incêndios em terrenos.
Conforme a assessoria, a orientação é para que os moradores liguem imediatamente para o Corpo de Bombeiros e não tentem combater as chamas por conta própria. A limpeza de terrenos em áreas urbanas com a utilização de fogo é enquadrada como crime ambiental e cabe prisão.
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