Sobrevivente de incêndio, onça Joujou está 100% livre e readaptada à natureza
Colar com sinal GPS que rastreava os passos do animal se soltou, possibilitando uma total liberdade ao animal
Vítima de incêndios na Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense, em novembro de 2020, a onça Joujou finalmente ganhou liberdade total e está 100% readaptada à natureza. Depois de um ano e cinco meses de monitoramento, o colar com sinal GPS, que rastreava os passos do animal, se soltou.
A onça-pintada é um macho e tem entre 4 e 5 anos, ela foi resgatada em uma das áreas mais preservadas do Pantanal, durante ante os incêndios de 2020, com queimaduras de segundo e terceiro graus nas patas e foi diagnosticado, ainda, com pneumonia, provocada pela fumaça e passou por tratamentos intensivos durante dois meses e meio no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
Após os tratamentos recebidos, o animal foi solto na Serra do Amolar, com um colar de monitoramento, do programa Felino Pantaneiros, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que acompanhava de perto os passos da onça.
A cada hora, a coleira emitia um sinal, capturado pelo satélite e retransmitido ao software de monitoramento, que é feito por GPS e sinal VHF. As informações colhidas do GPS mostravam o que o animal fazia, e o sinal VHF mostrava sua localização e distância em tempo real, possibilitando 24 informações diárias.
A bateria do equipamento costuma durar por volta de um ano e meio e já se esperava que fosse se soltar neste período, possibilitando uma total liberdade ao animal. “Estamos muito felizes sob o ponto de vista institucional e de conservação, pois asseguramos a liberdade da espécie com todos os cuidados e critérios, possibilitando sua volta à natureza”, comemorou o presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo.
Durante o monitoramento, Joujou chegou a andar, em um único dia, 15 km. A média diária, contudo, era de 5 km. No período, a onça se alimentava principalmente de jacarés e capivaras. Atualmente, ele vive e costuma se deslocar em uma área de 102 km quadrados, na Serra do Amolar.
“Vencemos a etapa da soltura e readaptação do animal à natureza e isso nos traz muita alegria e sensação de dever cumprido. O monitoramento chegou ao fim, mas temos certeza de que ele não só se recuperou como está totalmente integrado à natureza. Os dados colhidos durante este período nos mostram que ele tem os hábitos de um felino da idade dele”, explicou o coordenador do programa Felinos Pantaneiros, Diego Viana.