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Meio Ambiente

UFRJ corrige dados e área parcial queimada no Pantanal é menor em 2021

Prejuízo entre janeiro e agosto é menor do que divulgado ontem, mas não deixa de levantar preocupações

Guilherme Correia | 24/08/2021 11:10
Bombeiros atuam na exintição de incêndios no Pantanal, em Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar)
Bombeiros atuam na exintição de incêndios no Pantanal, em Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar)

O Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia), vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), emitiu nota que corrige dados divulgados ontem, que indicavam que o Pantanal tinha perdido neste ano, quase a mesma área queimada durante o mesmo período em 2020.

Segundo os pesquisadores, tal informação foi divulgada com "ocorrências de falhas no nosso sistema de acesso ao repositórios de imagens da Nasa [Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos da América]".

"Tais falhas interferiram na transmissão fidedigna e em tempo real dos dados dos Alarmes, levando o nosso sistema a ficar fora", diz o texto, que indica também que isso causou "leitura não atualizada dos dados", já que o sistema da Nasa encontra-se em manutenção.

Preocupações - A atualização dos dados foi feita apenas em relação a dados de 2020 - foram, ao invés de 265,3 mil hectares, mais de 1,3 milhão de hectares incendiados no ano passado.

Ainda assim, a parcial de 2021 continua a mesma verificada anteriormente, de 261,8 mil hectares. Tal índice é o segundo maior desde, pelo menos, 2012.

A preocupação se dá também por conta dos próximos meses, que caracterizam o período de seca, e que têm mais focos de incêndio.

Dentro ou fora do bioma pantaneiro, vários relatos de incêndios têm sido feitos em Corumbá, Rio Brilhante, Bela Vista Porto Murtinho, Brasilândia, dentre outros municípios sul-mato-grossenses.

Mudanças climáticas bruscas, temperaturas altas e baixa umidade do ar piores do que em 2020 são indicadas em levantamento do CBM (Corpo de Bombeiros Militar), como agravantes para incêndios neste ano. O próprio órgão tem notificado mais focos de incêndio neste ano, do que no mesmo período do ano passado.

Outro fator relacionado, é a redução expressiva, a maior do Brasil, na superfície coberta por água, na região do Pantanal. Segundo dados do MapBiomas, o bioma pantaneiro perdeu mais da metade de sua cobertura hídrica ao longo das últimas três décadas e análises sugerem que ação humana, sobretudo da criação de barragens e da agropecuária predatória, tem sido responsável pela catástrofe ambiental.

Relatório elaborado pelos Ministérios Públicos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que detém o Pantanal brasileiro, indicava que o ano histórico de incêndios teve origem antrópica em fazendas, o que contrariava teses como a do "boi bombeiro", defendida pela então gestão ambiental do governo federal.

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