Um ano após promessa de Ecopontos, Capital segue sem local para descartes
De acordo com a prefeitura do município, responsabilidade para instalação dos pontos de coleta de móveis, eletrodomésticos e recicláveis, é da Solurb
Um ano após a prefeitura de Campo Grande anunciar a instalação de Ecopontos na cidade, no endereço onde o primeiro deles seria instalado o que se vê são operários ainda trabalhando para nivelar o terreno. A obra fica na Rua Sagarana, esquina com a Avenida Professor José Barbosa Hugo Rodrigues, no bairro Zé Pereira.
Segundo moradores da região, a intervenção no local teve início no segundo semestre do ano passado, mas nem sempre equipes são vista por ali. Na manhã de sexta-feira (5), apenas três operários apareceram com ajuda de uma betoneira. Uma guarita foi instalada no local e nada mais.
A demora para instalação do Ecoponto, prometido em janeiro do ano passado, chama atenção de quem precisa descartar produtos como móveis, eletrodomésticos e materiais recicláveis, mas não sabe o que fazer.
"Chega fim do ano, você quer comprar coisas novas, substituir itens velhos, mas não sabe onde descartar o que não precisa", relatou um leitor do Campo Grande News que pediu para não ser identificado, que busca um local para descartar uma esteira ergométrica estragada.
Ainda segundo ele, a prefeitura o orientou a contratar uma empresa particular de caçambas para fazer o descarte, mas ele não acredita que o serviço será feito de forma consciente. "Ao meu ver, se eu contratar uma empresa dessa, o descarte não será feito em local apropriado, mas sim, em locais destinados a entulhos ou algo tipo. A intenção não é essa, eu quero dar o destino certo para o meu produto", afirmou ainda nosso leitor.
De acordo com a prefeitura, a instalação dos Ecopontos são de responsabilidade da Solurb, empresa responsável pela coleta e tratamento de lixo da Capital. No início de 2017, a estimativa era instalar ao menos cinco pontos pela cidade, mas nenhum deles foi concluído.
No terreno de 3.651 m², deveriam estar sendo descartados resíduos recicláveis e também geladeiras, sofás, móveis e também poderão ser depositados restos de galhos, resultado da poda de árvores, de até um metro cúbico de entulhos, ou 650 quilos (resíduo seco) ou 850 quilos (se úmido). Esses são o chamado entulho volumoso, que não é aceito pelas empresas que recebem entulho de obras, como concreto.
Ainda de acordo com o Executivo Municipal, a Solurb deve separar todo o material e dar destinação final. O resíduo reciclável vai para UTR (Unidade de Tratamento de Reciclável), que recebe, em média, 11 toneladas por dia, resultado da coleta seletiva.A previsão era investir R$ 800 mil na instalação dos Ecopontos.
Para a população, a falta de locais destinados ao descarte desses produtos, aumenta o número de eletromésticos, móveis ou algo do tipo, pelas ruas da cidade. "O que se vê, cada vez mais, é um número significante desses produtos abandonados por vias públicas, por diversos bairros da cidade", concluiu o leitor, afirmando que ainda está com o objeto grande em casa.
Lixo - Não é preciso ir muito longe para encontrar materiais espalhados por ruas da cidade. A menos de um quilômetro do local onde deveria estar funcionando o Ecoponto, já há descarte de móveis, televisões e entulhos.
Quem mora na região, espera resolver o problema dos descartes impróprios. "Eu espero por esse ponto há tempos, antes a Energisa realizava um programa semelhante e eu juntava produtos para levar até lá, hoje não tem mais nada", reclama o agricultor Carlos Vicente da Silva, 56 anos.
O Campo Grande News solicitou uma posição sobre a instalação dos Ecopontos, mas não obteve resposta.