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Meio Ambiente

Uso inadequado e fossas ainda são principais vilões no consumo da água

Campo-grandense consome cerca de 40 litros de água a mais por dia que o recomendado pela OMS

Elci Holsback | 22/03/2017 10:22
Cena comum de desperdício de água potável (Foto: Marcus Moura)
Cena comum de desperdício de água potável (Foto: Marcus Moura)

Cena bastante comum é encontrar pessoas "varrendo" calçadas com jatos de água da mangueira. Seja em busca de agilidade na limpeza ou para evitar o incômodo da poeira, utilizar água potável nesse tipo de atividade é um desperdício que, a longo prazo, pode se tornar em grande dano ao meio-ambiente.

O consumo de água no Brasil é acima da média recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que apresenta como ideal, utilização de 120 litros diários por habitante. Entretanto, estudo do Snis (Sistema Nacional de Informações de Saneamento) de 2015, aponta que o consumo médio do brasileiro é de 165,3 litros por habitante ao dia.

Em Campo Grande, o índice é um pouco abaixo da média nacional, mas ainda bem acima daquela recomendada pela OMS, registrando 164 litros diários consumidos por cada habitante. Ou seja, 44 litros a mais por pessoa ao dia.

Pequenos gestos diários, quase imperceptíveis resultam nesse índice negativo, entre eles, o desperdício, com uso inadequado da água potável. 

"O Brasil é rico em abastecimento, mas isso não significa que esse bem natural seja inesgotável. Já vimos casos como em São Paulo onde há pouco tempo houve racionamento ou no Nordeste onde há grande falta de água. Lavar o quintal é um grande problema que está diretamente ligado a outro, o destino da água das máquinas de lavar. O ideal seria utilizar essa água para a limpeza, evitando o desperdício", orienta o coordenador de projetos sociais da Águas Guariroba, William Carvalho.

O coordenador destaca ainda que, apesar da grandeza de recursos naturais, a distribuição geográfica no País é fator que determina a escacez em algumas regiões, o que reforça a necessidade do consumo consciente.

"A região amazônica concentra 70% da água do País, onde há uma parcela muito pequena da população. Por outro lado, no Nordeste, onde há grande quantidade de pessoas, há apenas 3% de água disponível. Em Mato Grosso do Sul os recursos são grandes, com o Aquífero Guarani, mas o que não significa que cada um não deva fazer sua parte com ações de conservação", pondera Carvalho.

Esgoto e preservação - Campo Grande tem 80% de cobertura de rede de esgoto, contudo, muitas pessoas não realizam a ligação em suas residências, o que também causa danos ambienteis e desperdício de água.

Segundo Carvalho, as fossas injetam resíduos no solo, que chegam até o lençol freático e logo, poluem as fontes de água, inviabilizando o uso.

"Citando São Paulo como exemplo, o Estado poderia ter mais fontes, se não houvesse tanta poluição em dois rios, cujas as águas se tornaram totalmente inadequadas para consumo. Apesar da extensa cobertura de rede de esgoto em nossa Capital, muitas pessoas ainda resistem em realizar a ligação. Há bairros em Campo Grande que se verificar a profundidade da fossa, ela não passa de um metro, contaminando o subsolo", destaca o coordenador.

Segundo a conssessionária de água da Capital, Campo Grande tem duas estações de tratamento de esgoto, a ETE Los Angeles e a ETE Imbirussu e a previsão é de que no máximo até 2025 toda a cidade seja coberta com rede de esgoto.

Sobre o Aquífero GuaraniO Sistema Aquífero Guarani abrange parte dos territórios da Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, possui volume acumulado de 37 mil km3 e área estimada de 1.087 milhões Km2.

Na parte brasileira banha oito estados, sendo Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

 

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