“Agiota” que denunciou “compra” de vereador não está sendo investigado
O suposto “agiota” que teria deflagrado a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) não está sendo investigado ou processado, segundo informou hoje o desembargador Ruy Celso Florence, da Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. Ruy Celso expediu os quatro mandados de busca de apreensão solicitados pelo Gaeco, inclusive na casa do prefeito Gilmar Olarte (PP), bem como o mandado de prisão contra o ex-assessor Ronan Edson de Lima.
Esse negociante teria feito a denúncia ao Gaeco, em outubro do ano passado, por não ter recebido a devolução do dinheiro do empréstimo, o que leva a crer que a investigação se dá em torno da cassação do mandato de Alcides Bernal (PP), que aconteceu no dia 12 de março passado.
Indagado se esse denunciante não estaria sendo investigado também, já que praticou crime de agiotagem, Ruy Florence respondeu: “Por enquanto não é investigado, porque fez a denuncia no Gaeco, por não receber o dinheiro do empréstimo. Não tem nenhum processo contra ele”.
O magistrado observou, porém, que se tiver processo contra o agiota, teoricamente, ele pode ser beneficiado por “delação premiada”, prevista como benefício para quem colabora com a Justiça criminal.
Florence informou ainda, durante a entrevista coletiva desta tarde, que vai solicitar novas informações ao Ministério Público sobre a investigação do Gaeco. A resposta, porém, só deve ser prestada na semana que vem, já que o promotor Marcos Alex Vera tirou férias remanescentes de três dias, só devendo voltar ao trabalho na segunda-feira (5).
Já o advogado do prefeito Gilmar Olarte, Jail Azambuja, declarou em entrevista à TV Morena, veiculada esta noite, que não há ligação da investigação do empréstimo do agiota com a cassação de Bernal. “Isso é tão antigo que o último cheque é de 2012”, afirmou ele. No final de 2012, Bernal e Olarte foram eleitos prefeito e vice, mas só tomaram posse em 1º de janeiro de 2013.