Audiência pública debate 2ª-feira perspectivas de portadores de hanseníase
A história, os avanços e as perspectivas de familiares e portadores de hanseníase serão tema de audiência pública que será realizada na Assembleia Legislativa, segunda-feira (14/9), às 14h. O deputado estadual Amarildo Cruz (PT), que propôs o evento, lembra que centenas de pessoas convivem com o trauma de terem sido separadas de seus pais nas décadas de 70 e 80, por serem portadores da hanseníase, uma doença que não tinha cura e era de difícil tratamento.
“Hoje, pouco se ouve falar sobre a hanseníase, uma doença que causou grande sofrimento a muitas famílias. Mesmo com a descoberta da cura da doença, a separação das famílias perdurou por muitos anos no Brasil e esse é um assunto que precisa ser amplamente discutido", afirma o deputado.
Segundo Amarildo, a audiência tem o objetivo de sensibilizar a população e principalmente o Governo Federal, além de discutir os avanços já conquistados e as perspectivas, principalmente com relação às indenizações. Pais, separados de seus filhos, já recebem indenização pelo transtorno causado à época, amparados pela Lei federal nº 11.520/07. Agora, a reivindicação é pelos filhos separados.
"Os traumas psicológicos causados a essas famílias são irreparáveis. Os portadores da doença viveram um verdadeiro terror, sendo 'caçados' pela Guarda Sanitária e isolados de seus familiares em colônias. Muitas destas famílias nunca mais viram seus parentes. Por isso essa luta pela indenização é legítima", defende o parlamentar.
Familiares e portadores de hanseníase, representados pelo Mohran (Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase), se reuniram com o parlamentar na Casa de Leis, em junho passado, para debater o assunto. Na ocasião, o coordenador nacional do Mohran, Artur Custódio, falou da tramitação de projeto de lei, no Congresso Nacional, para dar andamento aos processos de indenizações aos filhos segregados. “Se o Brasil indenizar os filhos segregados, será o primeiro País a reconhecer esse direito”, afirmou Custódio.