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Política

“Nós não inventamos a crise”, responde Dilma a senadora de MS

Simone Tebet perguntou o que a presidente faria para alterar atual quadro do País, caso retorne ao cargo

Mayara Bueno | 29/08/2016 11:48
Presidente da República, Dilma Rousseff (PT). (Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Presidente da República, Dilma Rousseff (PT). (Marcelo Camargo/Agência Brasil).

“Nós não inventamos a crise, ela já vinha por aí”, respondeu a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ao questionamento da senadora Simone Tebet (PMDB/MS). Nesta segunda-feira (29), a petista é interrogada pelos parlamentares no Senado e esta é a primeira vez que ela se defende pessoalmente no processo de impeachment.

O discurso da senadora sul-mato-grossense foi voltado ao motivo que levou ao afastamento da presidente. “Constatei que estes fatos, tanto os decretos, quanto as pedaladas, não foram atos isolados, e, sim, consequência do descontrole da responsabilidade fiscal, para ocultar a real situação financeira do País”.

À presidente, a parlamentar perguntou o que faria diferente na política fiscal, se pudesse voltar no tempo, ou, o que poderá fazer, caso retorne ao cargo, para recuperar o equilíbrio das contas públicas, “cobrir o rombo” e reconquistar a confiança.

Ao responder, Dilma afirmou que a crise não começou em seu governo. “Acontece que nós seguramos o impacto dela”, disse. Ela se referiu a 2009, quando outros “países desenvolvidos” passavam por crise. “E o governo Lula adota políticas anti cíclicas para evitar que os efeitos chegassem a nós, mas a crise continuava lá fora e forte”.

Já no Brasil, os problemas começam a se acentuar a partir de outubro de 2014, afirma. “Com a saída dos americanos da política de expansão de crédito, estremecimento geral em todas as moedas do mundo. Também houve uma das maiores crises energéticas, na sequeência”, resume.

Por fim, afirma que dizer que a crise fiscal no País aconteceu por conta dos três decretos é “inverter completamente”. “Não sei em que mundo estaríamos se a crise que vivemos fosse devido a isso”.

A respeito dos decretos de suplementação sem autorização do Senado, a presidente argumentou que existe legislação que permite a abertura “desde que sejam compatíveis com a obtenção do resultado primário”. “É absolutamente regulado por lei”.

Nesta segunda, a presidente se defende no processo de afastamento e responde aos questionamentos dos parlamentares. Esta é a primeira vez que Dilma se pronuncia pessoalmente, já na condição de afastada.

O julgamento final deve ocorrer ainda nesta semana, até quarta-feira (31). Ainda nesta manhã, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) questionará Dilma Rousseff.

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