Alceu não depõe e Câmara pode abrir processante para cassar mandato
A Câmara de Vereadores de Campo Grande deve abrir, na próxima terça-feira (28), uma comissão processante contra o vereador Alceu Bueno (PSL) suposto envolvido em uma rede de exploração sexual de adolescentes. De todos os envolvidos, apenas Bueno ainda não prestou depoimento ao delegado da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), alegando estar com problemas médicos.
De acordo com o delegado titular da DEPCA, Paulo Sérgio Lauretto, todos os envolvidos prestaram depoimento, sendo que Bueno deveria depor hoje (23) pela manhã, mas não compareceu á delegacia alegando problemas médicos. A expectativa é de que o vereador preste depoimento nesta tarde.
O Campo Grande News entrou em contato com o vereador, que revelou estar em uma consulta médica, mas concordou em conversar com a reportagem. Ele assegurou que é inocente e que tudo não passou de uma “armação”. “Foi uma armação que fizeram, por que eu denunciei o esquema”.
Sobre a comissão processante, o presidente da Câmara de Campo Grande, Mário César (PMDB) relatou que a princípio seria aberta uma comissão especial de ética, para apurar uma possível quebra de decoro parlamentar, no entanto foi cogitada uma comissão processante, durante a sessão desta quinta-feira.
“Tudo que este inquérito esta apurando e pela excepcionalidade que este caso requer, podemos pular esta etapa até por conta do rito da comissão”, comentou o presidente. O apoio dos vereadores foi unânime.
A vereadora Carla Stephanini (PMDB) admitiu que terão que “tratar o caso com seriedade, celeridade e sem antecipação do julgamento”, isso por que ela acredita que não se pode “macular” o trabalho desenvolvido pela Casa de Leis, quanto pela Procuradoria Especial da Mulher no combate e enfrentamento a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Mas a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) pediu medidas severas contra “o prazer descontrolado das pessoas”. Flávio César (PT do B) defendeu o posicionamento da mesa diretora para evitar que o processo seja longo e demorado e “que tenha uma solução definitiva”.
Bueno negou a renúncia e concluiu que “se tivesse cometido crime, estaria preso”.