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Política

Alcides Bernal ameaça reabrir lixão, problema que durou quase 30 anos

Paula Maciulevicius e Luciana Brazil | 08/01/2013 10:53
Durante visita, Bernal disse que vai analisar, mas que não pode descumprir uma ordem judicial. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Durante visita, Bernal disse que vai analisar, mas que não pode descumprir uma ordem judicial. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Na primeira visita ao aterro sanitário, o prefeito Alcides Bernal (PP) disse que cogita reabrir o lixão, fechado em dezembro do ano passado. O local, problema que levou quase três décadas para ter uma solução, pode voltar a funcionar na nova administração.

Hoje pela manhã, durante a visita, Bernal disse que vai analisar a situação, mesmo tendo lembrado que existe uma determinação judicial para fechamento do lixão. Com o fechamento anunciando em 18 de dezembro, o local tem sido desde então, palco de confusões. No dia em que os catadores foram impedidos de entrar, houve confronto com a Polícia Militar e a Guarda Municipal. O saldo foram trabalhadores presos e outros feridos.

Para reivindicar vagas para trabalhar e estrutura dentro da (UTR) Unidade de Tratamento de Resíduos, desde o dia 28 de dezembro, um grupo de ex-catadores invadiu e se instalou em uma área à frente do lixão. Bernal disse hoje que vai analisar a situação e ver a possibilidade da fazer a inscrição deles pela Emha (Empresa Municipal de Habitação) e pela Secretaria de Assistência Social.

Acompanhado do secretário de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Semy Ferraz, da secretaria de Assistência Social, Thaís Helena, do vice-prefeito, Gilmar Olarte e do vereador líder do Prefeito na Câmara, Marcos Alex (PT), toda a administração teceu críticas a forma como o lixão foi fechado e ao funcionamento da usina.

Bernal, que primeiro conversou com a imprensa na entrada do lixão, seguiu para onde funciona o aterro sanitário e posteriormente para a Unidade de Tratamento de Resíduos. O prefeito declarou que a estruturação do aterro sanitário foi feita como medida paliativa “mais para justificar do que para resolver o problema”.

Quanto à estrutura da unidade, segundo o prefeito, apenas 15% das obras estão prontas. Sobre o galpão construído no aterro, ele declarou ainda que aquilo "não significa nada".

Alcides Bernal ressaltou que há catadores sem receber pelo trabalho há 15 dias. “Vamos providenciar alguma coisa que possa resolver o problema”, disse. Ele afirmou que não quer que os trabalhadores da administração dele vivam essa realidade.

A questão ambiental também está comprometida. Em análise feita nesta manhã, o prefeito disse que há material reciclável enterrado onde não deveria.

Segundo pronunciamento do prefeito, a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) vai fazer um laudo da situação tanto do aterro e da UTR. Bernal determinou que as secretarias de Assistência Social e Infraestrutura, Transporte e Habitação, estejam focadas na área e façam os levantamentos necessários.

Para o secretário Semy, que comparou a UTR ao coração da triagem, nos cinco mil metros quadrados da unidade, a prefeitura anterior não cumpriu com o acordo, que era o de terminar a obra.

Semy explicou que foram R$ 2 milhões destinados para a obra e R$ 3 milhões para equipamentos. O maquinário completou o secretário, é de responsabilidade da concessionária. Já a parte da obra na unidade, Semy Ferraz disse não haver nenhum contrato.

A nova administração falou sobre o modelo que já está sendo aplicado ali, de Parceria Pública Privada (PPP). “Se continuar com este modelo, a prefeitura tem que concluir a obra e a empresa colocar os equipamentos. Se mudar, a concessionária será responsável por tudo”.

Do ponto de vista ambiental, o vereador Marcos Alex (PT) disse que a situação é inaceitável. Ele comentou que a intenção do prefeito é de se reunir com os órgãos competentes como MPE e Funasa. “É uma questão que não depende da Câmara, é uma questão social”.

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