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Política

Aposentado contabiliza R$ 70 mil de dívida deixada por Ronan Feitosa

Priscilla Peres e Thiago de Souza | 27/11/2015 16:25
Acácio Pereira foi a quarta testemunha da tarde a falar sobre o "golpe do cheque em branco" (Foto: Gerson Walber)
Acácio Pereira foi a quarta testemunha da tarde a falar sobre o "golpe do cheque em branco" (Foto: Gerson Walber)

Terceira testemunha da tarde a prestar depoimento na Seção Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o aposentado Acácio Pereira da Silva se emocionou ao contar sobre as dificuldades financeiras que passou após ter emprestado dinheiro a Ronan Edoson Feitosa Lima, ex-assessor da prefeitura.

Durante seu depoimento na audiência de instrução e julgamento, presidida pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, sobre o "golpe do cheque em branco" supostamente aplicado por Ronan e pelo prefeito afastado Gilmar Olarte (PP), Acácio disse que perdeu as contas do prejuízo.

Ele contou que foi apresentado a Ronan por um amigo e manteve uma "amizade de bar". Contou que o ex-assessor da prefeitura sempre foi muito prestativo e até o ajudou financeiramente quando seu pai faleceu. Depois disso, Ronan passou a pedir dinheiro emprestado e então dava cheques a Acácio que lhe dava o valor em espécie.

O primeiro cheque era de R$ 2.200, mas o aposentado afirma que preferiu não contabilizar a dívida. Os cheques dados por Ronan voltavam e Acácio passou a ter problemas com o banco, inclusive com cartões bloqueados.

Quanto as dificuldades apareceram ele afirma que procurou o Ronan na prefeitura, mas já não conseguiu mais contato. Disse que ele sempre se apresentou como sendo assessor do Gilmar Olarte.

Quarta testemunha - OUTRO aposentado foi o quarto da tarde a depor e contou que tinha uma empresa de assessoria financeira chamada Consulting Fecture. Lembrou que foi apresentado ao Ronan por um cobrador da empresa, chamado Mauro Freitas e ele se apresentou como sendo assessor de Gilmar Olarte, então vice-prefeito.

Ronan propôs ao aposentado uma parceria no ramo de consultoria e assessoria financeira, dizendo que eles teriam trânsito fácil na prefeitura e com empresários de várias cidades do interior. A testemunha contou que o negócio deu certo por um tempo até que Ronan pediu dinheiro dizendo que precisava "fomentar a empresa".

Ele lembrou que passou R$ 70 mil em cheque para Ronan e que quando começou a cobrá-lo a resposta é de que estava sem dinheiro. Ele estima que com juros, o prejuízo chegue aos R$ 80 mil.

A testemunha ainda lembrou que eles se encontraram no edifício Evidence, uma vez, em março de 2013 o Gilmar Olarte estava junto, quando ainda era vice-prefeito. Olarte teria comentado que estava pensando em se lançar como deputado federal.

A defesa de Ronan perguntou se ele tinha oferecido alguma vantagem em troca dos cheques, e ele disse que pediu um estágio para o filho na área de Direito na prefeitura.

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