Assembleia põe deputado investigando colega e anuncia ponto eletrônico
Presidente da casa de leis também determinou abertura de licitação para instalar ponto eletrônico
O caso envolvendo gravação em que o deputado estadual Paulo Corrêa (PR) é flagrado dando dicas ao colega Felipe Orro (PSDB) de como fraudar folha de ponto de funcionários de seu gabinete será investigado pela Corregedoria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A casa deve instalar um sistema eletrônico de frequência de pessoal.
Os anúncios foram feitos pelo presidente da Assembleia, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), nesta terça-feira (1º). Segundo o parlamentar, o pedido de apuração dos fatos já foi enviado à corregedoria, que é presidida por Maurício Picarelli (PSDB).
Corrêa foi flagrado falando para Orro colocar um ponto de frequência, mesmo que fictício, em seu gabinete. Seria uma reação, para evitar problemas, a reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, sobre a farra com dinheiro público nos parlamentos Brasil afora.
Nesta terça, Corrêa disse ter usado o termo “fictício” de forma inadequada. Falou que queria dizer para a frequência ser manuscrita.
Picarelli afirmou que vai esperar o pedido de investigação chegar oficialmente e, desta forma, então, “abrir a apuração na corregedoria”. Ainda sugeriu que, se a presidência quiser, poderá criar uma comissão de ética para investigar a situação. “Mas seria uma decisão do presidente”.
Após a explicação de Corrêa, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) lembrou que, desde a campanha eleitoral, surgem conversas de que há funcionários fantasmas na Assembleia. “Além de instalar um ponto eletrônico, é importante que a gente faça uma apuração para esclarecer os fatos”.
Controle eletrônico - Diante da situação exposta com a divulgação do áudio, que teria sido gravado em junho do ano passado, Mochi também afirmou que deu autorização para abrir licitação de compra de ponto eletrônico na casa.
A sugestão foi dada por Corrêa na tribuna, inclusive. Segundo o parlamentar, ele já elaborou um modelo, anteriormente, mas “infelizmente não foi implementado”. “Agora estou com requerimento ao presidente, para que seja instalado até o fim do ano”.
Investigação - O Gaeco (Grupo de Atuação Especiual de Combate ao Crime Organizado) abriu uma apuração, que está mantida em sigilo, a princípio. O Ministério Público, instituição a qual Gaeco é subordinado, disse que só se posicionará no fim das investigações.