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Política

Câmara ensaia CPI após suspeita de fraude de 300 milhões na prefeitura

Apenas 4 dos 29 parlamentares são a favor de CPI sobre contratos de manutenção de vias sem asfalto

Caroline Maldonado | 22/06/2023 13:18
Vereador Marcos Tabosa (PDT), que tenta abrir CPI Cascalhos de Areia na Câmara Municipal da Capital. (Imagem: Reprodução/Facebook)
Vereador Marcos Tabosa (PDT), que tenta abrir CPI Cascalhos de Areia na Câmara Municipal da Capital. (Imagem: Reprodução/Facebook)

Diante dos desdobramentos da Operação Cascalhos de Areia, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) na semana passada, surgiu na Câmara Municipal movimento de parlamentares que tentam abrir CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para fiscalizar a manutenção de vias sem asfalto e locação de maquinários que gerou prejuízo de R$ 300 milhões em contratos da prefeitura.

O vereador Marcos Tabosa (PDT) quer abrir a CPI, mas para isso ele precisa de assinaturas de dez parlamentares. No entanto, até agora, além dele, apenas quatro se manifestaram a favor: André Luís Soares, o “Prof. André Luís” (Rede), Valdir Gomes (PSD), Luiza Ribeiro (PT) e Tiago Vargas (PSD).

Há uma semana, o Gaeco cumpriu 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). São investigados os crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro relativos aos contratos, possivelmente praticados por uma organização criminosa. Uma das empresas alvo da operação venceu 25 licitações em 4 anos.

“Queremos ir mais a fundo ainda porque é o dever do Legislativo cobrar, ir para dentro, mas como? Se eles [prefeitura] não respondem um ofício nosso. Não estou falando aqui da prefeitura de Adriane Lopes. Estamos falando da gestão anterior. Quem assinou, quem mandou pagar, quem fez a medição, que emitiu o ‘cascalho de areia’ e quem foi fiscalizar?”, questionou Tabosa.

Uma das secretarias envolvidas na investigação é a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). A operação tem o aval do MPMS (Ministério Público Estadual) e é conduzida pelo promotor da 31ª Promotoria do Patrimônio Público, Humberto de Lapa Ferri.

Na segunda-feira (19), o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), garantiu que as empresas alvo das investigações da Operação Cascalho de Areia seguiram todos os trâmites necessários para a assinatura de contratos para a execução de manutenção de vias não pavimentadas durante seu mandato.

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