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Política

Candidatos propõem escola em tempo integral e contraturno para melhorar educação

Dos oito nomes que disputam Prefeitura da Capital, um deixou de citar projeto para setor em plano de governo

Por Gabriela Couto | 22/09/2024 08:46
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Unidade escolar sendo construída na Capital (Foto: Divulgação/PMCG) 
Unidade escolar sendo construída na Capital (Foto: Divulgação/PMCG)

A educação em Campo Grande é um dos temas centrais na disputa eleitoral deste ano, com cada candidato apresentando soluções para reverter o preocupante quadro atual.

Dados do Ministério da Educação mostram que mais da metade das crianças campo-grandenses não sabe ler nem escrever, evidenciando uma crise na alfabetização. Por isso, os candidatos apresentam propostas diferentes para resolver o problema.

Adriane Lopes (PP) - A atual prefeita e candidata à reeleição, tem como uma de suas principais bandeiras a continuidade das obras e o aumento da oferta de vagas. Segundo ela, nos últimos dois anos de sua gestão, foram criadas 6,6 mil novas vagas na educação básica, e 150 novas salas de aula foram construídas, segundo a candidata, em um ritmo de uma sala a cada 72 horas.

A prefeita destaca a retomada de obras paradas há quase duas décadas, como a EMEI Inápolis, e promete entregar treze novas escolas até o fim de sua próxima gestão, caso seja reeleita. Além disso, outras unidades estão em fase de licitação em bairros como Jardim Talismã, Popular e Moreninha II.

Adriane também defende a capacitação contínua dos profissionais da educação, com foco em metodologias ativas de ensino, reforço escolar, atendimento psicopedagógico e letramento digital. Ela planeja atualizar o currículo escolar, incluindo disciplinas de empreendedorismo e educação financeira, preparando os alunos para o futuro.

Beto Pereira (PSDB) - O candidato propõe uma reestruturação profunda do sistema educacional de Campo Grande. O candidato, que já tem experiência no setor, foi responsável pela criação da primeira escola em período integral em Mato Grosso do Sul. Em sua campanha, Pereira critica a precariedade das condições de trabalho dos professores e a falta de infraestrutura nas escolas, incluindo a ausência de sistemas de ar-condicionado.

Entre suas propostas estão a criação de escolas em período integral, incluindo a construção de uma unidade modelo com piscina semiolímpica e quadra coberta, no bairro Parati. Ele também se compromete a finalizar obras abandonadas e construir novos prédios, garantindo que não faltem vagas nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs).

Além disso, pretende implantar o Programa Primeira Infância, que interligará toda a rede de atendimento à educação infantil, e o projeto Família na Escola, para envolver pais e mães no processo educacional.

Pereira promete valorizar os profissionais da educação com a reforma de escolas, criação de espaços exclusivos para professores e contratação de assistentes especializados para alunos com deficiências. Ele também se compromete com concursos públicos para efetivar aprovados e contratar novos profissionais, além de implementar uma gestão democrática com eleição direta para diretores de escolas e cumprimento rigoroso do piso salarial dos professores.

Beto Figueiró (Novo) - O candidato defende a desburocratização do uso das escolas públicas municipais, propondo que elas sejam utilizadas para atividades culturais, esportivas e de reforço escolar no contraturno, além de estarem disponíveis à comunidade nos fins de semana. Ele sugere a criação de programas de desenvolvimento integral para os alunos, com ênfase em áreas como esportes, tecnologia, educação financeira e empreendedorismo.

Figueiró aposta em parcerias público-privadas para a gestão das escolas, com o setor privado sendo responsável pelos serviços não pedagógicos. Segundo o candidato, essa medida permitiria maior eficiência na administração das unidades de ensino, sem comprometer a qualidade do ensino oferecido.

O candidato do PCO, Jorge Batista não especificou o projeto dele para a educação na Capital. No plano de governo ele citou a palavra apenas duas vezes.

Camila Jara (PT) - A petista propõe a ampliação da educação em tempo integral, com o objetivo de atingir 50% das escolas da rede municipal em quatro anos. Ela defende a construção de novas unidades de ensino infantil e a climatização das escolas, além de investir em laboratórios de informática e de base científica.

No que tange à educação especial, Jara propõe aumentar a oferta de salas de recursos multifuncionais e realizar concursos públicos para professores de apoio pedagógico e assistentes sociais. A candidata também promete uma gestão democrática das escolas, fortalecendo o processo de escolha de dirigentes escolares e assegurando a participação da comunidade nas decisões administrativas.

Jara também defende a valorização dos trabalhadores da educação, propondo a criação de políticas de formação continuada e a implementação do piso salarial nacional. Além disso, seu plano inclui reformas nas escolas para torná-las acessíveis e adaptadas a estudantes com deficiência.

Pedreiros arrumam piso de futura Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) (Foto: Divulgação/PMCG)
Pedreiros arrumam piso de futura Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) (Foto: Divulgação/PMCG)

Luso de Queiroz (PSOL) - O candidato pelo PSOL, coloca a valorização da carreira do professor como uma prioridade em seu plano de governo. Ele propõe equiparar o salário dos professores ao dos vereadores e garantir a universalização do acesso à creche e à pré-escola. Queiroz destaca a necessidade de construir novas unidades de ensino e melhorar a infraestrutura das escolas já existentes, que, segundo ele, sofrem com a deterioração.

O candidato também enfatiza a criação de espaços de integração comunitária nas escolas, defendendo que elas estejam abertas à população nos fins de semana. Além disso, Queiroz sugere uma reforma curricular que promova um modelo de ensino mais lúdico e inclusivo, inspirado nas ideias de Paulo Freire, com foco na participação da comunidade escolar na gestão democrática.

Para o PSOL, a escola deve ser um espaço de transformação social e combate a preconceitos. Queiroz propõe uma educação que enfrente o racismo, machismo e LGBTQIA+fobia, reforçando a pluralidade e a tolerância nas instituições de ensino.

Rose Modesto (União) - Ela propõe uma reestruturação completa do sistema educacional municipal. Entre as principais promessas estão o fortalecimento da formação continuada dos professores e a implementação de avaliações periódicas de desempenho para identificar lacunas no aprendizado dos alunos. A candidata também defende a inclusão de professores habilitados em idiomas dos povos originários nas escolas próximas às aldeias urbanas, visando garantir uma educação mais inclusiva.

Outro ponto importante é a ampliação e modernização da rede de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs). Modesto promete concluir obras inacabadas e construir novas unidades em áreas estratégicas, além de melhorar a infraestrutura das escolas com laboratórios de informática, matemática e acesso à internet de qualidade.

A inclusão também é uma prioridade para Modesto, que sugere a capacitação contínua dos professores em práticas inclusivas e a criação de equipes multidisciplinares de saúde para apoiar os alunos com necessidades especiais. Ela ainda propõe ampliar programas de combate ao bullying e à discriminação nas escolas municipais.

Ubirajara Martins (DC)- O candidato apresenta uma proposta focada na expansão da rede escolar e na implementação do ensino integral. Ele planeja a construção de uma escola modelo com infraestrutura moderna, incluindo programas extracurriculares e apoio psicopedagógico para os alunos.

Além disso, Ubirajara propõe a inclusão de aulas de espanhol no currículo escolar, visando preparar os alunos para uma maior integração com a América Latina. Para ele, a educação deve ser um suporte integral para o desenvolvimento dos estudantes, e o ensino em tempo integral é o caminho para garantir essa qualidade.

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