Com apoio de MS, oposição apresenta pedido de abertura da CPI do MEC
Senadores ainda tentam conquistar o apoio de Nelsinho Trad, enquanto governo trabalha para retirar assinaturas
O líder da oposição no Senado Federal, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou no início da tarde desta terça-feira (28) o requerimento para abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a existência de um gabinete paralelo no MEC (Ministério da Educação). Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, 31 parlamentares assinaram o pedido.
Entre eles, estão Simone Tebet (MDB/MS) e Soraya Thronicke (União/MS). O requerimento precisa ser lido em plenário e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), precisa autorizar a abertura do colegiado.
“Há um desejo no Senado de que esse esquema escandaloso que se instalou no Ministério da Educação tenha uma séria investigação”, disse Randolfe. “Desde a semana passada, é de conhecimento de todos, em áudio do próprio senhor Milton Ribeiro, de que o presidente da República [Jair Bolsonaro, do PL] interveio de forma clara para impedir que a investigação avançasse, em um claro crime, conforme o Código Penal, de obstrução às investigações e de uso de informações privilegiadas”, complementou.
O caso ficou conhecido como “escândalo dos pastores”, após o Estadão apontar a existência de um gabinete paralelo composto pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que autorizavam a liberação de verbas da pasta. Ambos não exerciam cargo público. O ex-ministro Milton Ribeiro chegou a ser preso durante operação da PF (Polícia Federal) na semana passada.
A oposição ainda tenta conquistar a assinatura de outros parlamentares governistas, como Nelsinho Trad (PSD/MS), para evitar que o Palácio do Planalto tente convencer senadores a retirar assinaturas antes da instalação da CPI, o que pode acontecer antes da leitura do requerimento.
O regimento do Senado prevê que pedidos de abertura de CPIs precisam ser assinados por, no mínimo, 27 senadores - um terço dos 81 que compõem a Casa.