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Política

Com eleitor “desconfiado”, TRE inclui dados nas urnas e garante que são seguras

Em Campo Grande 2267 urnas estão sendo preparadas e depois serão lacradas à espera do dia 7 de outubro

Izabela Sanchez | 21/09/2018 11:32
Urna da 44ª sessão eleitoral passa por processo de inseminação de dados (Marina Pacheco)
Urna da 44ª sessão eleitoral passa por processo de inseminação de dados (Marina Pacheco)

Com as eleições batendo à porta, a Justiça Eleitoral finaliza os procedimentos para que as urnas estejam prontas no dia 7 de outubro. Nesta sexta-feira (21), começou o processo de transferências dos dados dos candidatos para as urnas. Em uma eleição com tom acirrado, principalmente na disputa pela presidência, há entre os eleitores os que se mostram desconfiados da possibilidade de fraude do sistema, mas a Justiça Eleitoral mantém o discurso de que se trata de um dos processos mais seguros do mundo.

Para o juiz eleitoral Cesar Castilho, a desconfiança existe pela falta de conhecimento das etapas de segurança que antecedem a votação. “Para se afirmar e se ‘cumprir’ que é possível fraudar você envolveria um número enorme de pessoas, teria que violar uma série enorme de procedimentos, o que, em tese, é inviável, até porque o modelo eletrônico funciona independentemente de conexão”, comenta.

Juiz eleitoral Cesar Castilho (Marina Pacheco)
Juiz eleitoral Cesar Castilho (Marina Pacheco)

“Se “violação” houvesse, seria uma junção de todos os fatores, você teria uma rede de corrupção indescritível, dificilmente você conseguiria, no mundo, achar uma organização criminosa com tamanha operacionalização. Se fosse verdadeiramente fraudável, todos os partidos se uniriam. As manifestações isoladas, no meu entendimento, perdem força em razão disso, porque tem muita gente acompanhando”, garante.

A cozinheira Andréa Franco, 42, não desconfia do processo eleitoral. “Hoje em dia é mais confiável, antes não era. Hoje em dia é tudo eletrônico. É possível [fraude], mas hoje em dia a Justiça é mais eficaz, tem toda a parte de segurança, é mais confiável”, declarou.

Para o juiz, as dúvidas sobre as urnas são naturais, e fazem parte da democracia. “A democracia permite isso e ela é saudável. Eu acredito que esses questionamentos devem ser feitos mesmo, até para que o TRE, TSE, a Justiça Eleitoral demonstre à sociedade, a segurança da urna eletrônica. É até saudável, não temos com o que nos preocupar ou ficar aborrecidos com isso”.

João Resende Filho, 29, é empresário e defende com convicção as eleições por meio das urnas eletrônicas. “Eu não acho não, eu tenho certeza que ele é confiável. Nós temos que confiar nas autoridades, nas instituições. O Brasil vive um processo de consolidação das instituições. Não é possível que isso aconteça”.

“Com certeza o processo é seguro. Está sujeito, tem que ter auditagem, mas acredito que é um processo seguro”, complementa.

Chefe de cartório, Wilson de Alencar acompanhava o processo de inseminação das urnas nessa manhã, na 44ª zona eleitoral, que possui 307 urnas. Wilson afirma que a desconfiança “são teorias da conspiração”.

“São teorias da conspiração, pessoas não esclarecidas. Está comprovado que há 22 anos a eleição é tranquila, ela é limpa, até hoje nunca se comprovou nada de fraude. O próprio TSE abre essa possiblidade de hackers que ganham prêmios para violar a urna e até hoje não conseguiram. A população pode ficar tranquila, as eleições são limpas e as urnas são totalmente seguras”, comenta.

Jenifer desconfia do processo pelo excesso de corrupção no país (Marina Pacheco)
Jenifer desconfia do processo pelo excesso de corrupção no país (Marina Pacheco)

Apesar da complexidade do processo, tem quem ainda não esteja satisfeito. O auxiliar administrativo Simião Gomes dos Santos, 38, desconfia da tecnologia. “Olha, falam que é seguro, mas tenho desconfiança, como a tecnologia é hoje manuseada pelo ser humano. Pode ser que alguém manipule. Pode ser que alguém tenha controle sobre ela”.

É a mesma opinião da cabeleireira Jenifer Sharon, 33. “Sabe-se lá por trás dos bastidores, vai que também tem maldades, não pode acreditar em ninguém mais”, afirma ela. A desconfiança de Jenifer vem do excesso de notícias denunciando casos de corrupção no país.

“Porque diante de tudo que você vê, não acredito, não acredito nas pessoas”, declara.

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