Comissionados de Olarte custam R$ 12 milhões por mês à prefeitura
Desde que assumiu a Prefeitura da Capital, em 13 de março deste ano, o prefeito Gilmar Olarte (PP) já nomeou 1,5 mil servidores comissionados, que somados a outros 400 que já faziam parte do quadro de funcionários, custam R$ 12 milhões por mês aos cofres do município.
A informação foi dada pelo titular da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle) da Prefeitura, André Scaff, durante audiência pública realizada na tarde de hoje (30) na Câmara Municipal.
“Só na Segov (Secretaria de Governo) são 408 comissionados. Não cabe esse número naquele gabinete. Algumas pessoas assumem que são assessores à distância da Prefeitura, que aparecem quando o prefeito precisa. Isso é um absurdo”, pondera a vereadora Luiza Ribeiro (PPS).
De acordo com a parlamentar, já existe um procedimento em trâmite no MPE (Ministério Público Estadual) e no TCE (Tribunal de Contas do Estado) para apurar o alto número de cargos comissionados na Capital. “Isso serve para o Gilmar Olarte fazer sua base política”, declarou Luiza, para quem a nomeação de funcionários pode configurar crime de improbidade administrativa para o pepista.
A média salarial mensal dos 1,9 mil servidores que trabalham para Prefeitura sem concurso público é de R$ 6.315,00, se completar um ano à frente do Executivo Municipal, só com estes servidores Campo Grande vai gastar aproximadamente R$ 150 milhões.
Procurado pela reportagem, o secretário municipal de administração, Valtermir Brito, não atendeu às ligações. Já a assessoria da Prefeitura informou apenas que Gilmar Olarte ainda está estudando as demissões que fará.
“Na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) são 151 cargos comissionados. Na Semad (Secretaria de Administração) são 110. Recém-criada secretaria da mulher são 16 e na da juventude, que não tem nem sede são 15”, revelou a vereadora.
No total, a Prefeitura de Campo Grande possui 22 mil servidores. Destes, 17 mil são efetivados, dos quais 4,9 mil são professores da rede municipal de ensino. Existem ainda outros 3,1 mil convocados, além dos 1,9 mil comissionados.
Luíza pontuou ainda há um excesso de gastos em alguns setores, sem um retorno efetivo na qualidade do serviço. “Hoje o município investe 34% de sua receita na saúde, quando a percentual constitucional é de 15%. Para onde está indo esse dinheiro, se nos postos de saúde faltam materiais básicos de atendimento?”, questiona a vereadora.