Contagem oficial de votos confirma vitória de Arce para presidência da Bolívia
Boca de urna já apontava vitória do candidato socialista, Luis Arce (MAS), no país vizinho
A apuração oficial do resultado das urnas na eleição presidencial na Bolívia terminou nesta sexta-feira (23), confirmando vitória com grande vantagem de Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo), partido do ex-presidente boliviano Evo Morales.
Com 55,1% dos votos, Arce conquistou cargo no primeiro turno, derrotando o neoliberal Carlos Mesa, que já foi presidente do país em 2005, e neste ano obteve 28,8% da votação. No país vizinho, para ganhar sem disputar segundo turno, o candidato deve atingir 50% mais um voto ou ter 40% dos votos e diferença de dez pontos percentuais para o segundo colocado.
O Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia ainda não chancelou publicamente a vitória de Arce, mas informou que nesta sexta às 18h (de MS) apresentará resultado oficial e data de posse, que deve ocorrer no início de novembro.
Vitória já esperada - A apuração oficial demorou depois de decisão de usar o método de contagem "voto a voto", sob justificativa que teria mais credibilidade, mas pesquisa de boca de urna publicada na madrugada de segunda-feira (19) já apontava vitória.
Atual presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, que assumiu cargo após Evo e aliados renunciarem no ano passado, reconheceu a vitória do MAS publicamente em redes sociais no início da semana. "Parabenizo os vencedores e peço que governem pensando na Bolívia e na democracia", disse no Twitter.
Luís Arce - Ex-ministro da Economia e Finanças no governo de Morales, Arce já atuou em cargos técnicos no Banco Central boliviano antes de 2006, quando foi nomeado para a vaga pública.
Economista com título pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, ele já foi professor em universidade boliviana e lecionou enquanto convidado na UBA (Universidade de Buenos Aires), na Argentina, e em Harvard e Columbia, nos Estados Unidos.
Durante a campanha, levantou a bandeira do boom econômico que a Bolívia viveu durante o governo Evo, quando o índice de pobreza caiu de 59,9% para 34,6%, de acordo com dados do Banco Mundial.