Delcídio deixa a prisão; advogado diz que volta ao Senado será na segunda
Senador terá que ficar em casa à noite, entregar passaporte e se apresentar a um juiz a cada 15 dias
O senador sul-mato-grossense Delcídio do Amaral (PT) saiu há pouco das dependências do 1° Batalhão de Policiamento de Trânsito de Brasília, onde estava preso há 86 dias. Segundo o advogado do parlamentar, o retorno dele ao Senado de acontecer já na segunda-feira (22), mas ainda há dúvidas a serem tiradas com o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as condições da prisão domiciliar.
No início da tarde, o ministro Teori Zavascki, determinou que Delcídio fosse para a prisão domiciliar. Porém, ele saiu do local onde estava preso apenas no início da noite após assinar termo de compromisso levado por oficial de Justiça.
De acordo com a Agência Brasil, o advogado de Delcídio, Luis Henrique Machado, explicou que o senador seguiu para um hotel que é a residência dele em Brasília. Ele deve permanecer lá durante todo o fim de semana com a família.
A defesa ainda deverá fazer questionamentos jurídicos sobre as condições da prisão domiciliar. Entre as exigências, está a permanência dele em casa durante à noite, contato com outros investigados da Lava-Jato, entrega do passaporte à Justiça e apresentação quinzenal a um juiz.
A restrição de contato com investigados da Lava-Jato e de horários são que devem gerar conflito na atividade parlamentar, conforme o advogado, já que 14 senadores se encontram nessa situação e o Senado costuma estender até depois das 21h os trabalhos.
Prisão - O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.
No começo de fevereiro, a defesa do senador pediu ao STF a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.
Os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova. Além disso, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.