Deputados condenam espancamento de jovem por conta de homofobia
O espancamento de um estudante universitário homossexual por um grupo de quatro rapazes na madrugada sexta-feira (15) foi um dos principais temas debatidos sessão na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (20).
O deputado Pedro Kemp (PT) subiu à tribuna e lembrou casos de intolerância e violência cometidos por jovens de classe média alta, que antes eram vistos nos grandes centros e hoje chegaram ao Estado.
Kemp ressaltou que os jovens ouvidos ontem pela delegada que investiga o caso do espancamento, confessaram que tinham batido no rapaz por um simples argumento fútil, achar que ele era homossexual.
No Rio de Janeiro um grupo de jovens agrediu e roubou uma empregada doméstica negra, que esperava um ônibus para voltar para casa. Após serem presos e ouvidos argumentaram que pensavam que ela era uma prostituta.
Em outro caso semelhante, o deputado citou o caso índio Galdino, em que jovens filhos de autoridades de Brasília, queimaram vivo um indígena que dormia em um ponto de ônibus esperando um evento do governo federal em comemoração ao Dia do Índio.
O deputado Paulo Duarte (PT) também afirmou já foi alvo de críticas homofóbicas, quando apresentou um projeto que tratava sobre o pagamento de pensões pelo o Estado para parceiros homoefetivos .Ele recebeu emails criticando o projeto. Duarte também parabenizou a postura do prefeito de Costa Rica, Jesus Baird (PMDB), pai de um dos agressores, que afirmou o filho deveria ser punido pela atitude.
Os deputados Cabo Almi (PMDB) e Alcides Bernal(PP) também condenaram a postura dos jovens que agrediram o rapaz por conta do preconceito contra os homossexuais .
O deputado Junior Mochi (PMDB) foi o único que saiu em defesa de André Baird,filho do prefeito. Ele contou que conhece o prefeito de Costa Rica de longa data e acredita na criação que ele deu aos seus filhos e se disse surpreso quando viu o caso envolvendo o André na televisão.
“Eu conheço o prefeito de Costa Rica e o filho dele e não acreditei quando vi o caso na televisão. Ele é um menino estudioso, conheço os pais dele, que deram uma boa educação. Eu posso afirmar a conduta da família e do menino, que se apresentou espontaneamente na delegacia”, pontuou o deputado peemedebista.
Kemp finalizou os debates lembrando que há dez anos tramita um projeto na Congresso que criminaliza o preconceito contra homossexuais ,idosos e deficientes. Em 2006 o projeto foi aprovada na Câmara, mas foi arquivado pela maioria dos parlamentares conservadores no Senado. Após alguns projetos substitutivos apresentados, nesta legislatura atual, a senadora petista Marta Suplicy (PT-SP) pediu o desarquivamento do projeto no Senado, que deverá ser reavaliado pelos senadores.