Deputados temem prejuízos para MS em função de escândalos da JBS
Grupo tem dez unidades no Estado, assim como a Eldorado
Os deputados estaduais temem que o escândalo envolvendo o grupo JBS, traga prejuízos aos investimentos e empregos em Mato Grosso do Sul, já que a empresa possui dez unidades aqui no Estado, além de ser dona da Eldorado Celulose, no município de Três Lagoas, cidade que fica a 338 km de Campo Grande.
O deputado Eduardo Rocha (PMDB) lembra que a maioria dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul são de propriedade da JBS, além da empresa líder mundial em celulose, a Eldorado. "Não há dúvidas que todos ficamos preocupados e apreensivos, já que se houver uma queda nos investimentos ou funcionamento (empresa), afeta diretamente o Estado".
Rinaldo Modesto (PSDB) cita que a participação da empresa nestes casos de corrupção, já provocou queda na bolsa de valores, o que pode prejudicar os investimentos no Estado. "É possível que depois de toda esta crise, haja os prejuízos nos negócios em todo Brasil, e Mato Grosso do Sul está dentro deste contexto".
Renato Câmara (PMDB) ressalta que a empresa tem grande influência em toda cadeia produtiva do País e que uma eventual "queda no mercado", em função dos casos de corrupção e propina, podem trazer prejuízos imprevisíveis ao setor produtivo. "A cadeia (produtiva) sempre foi muito sólida e um dos pilares da economia do Brasil e do Estado".
O grupo JBS registrou em 2015 uma receita líquida de R$ 163,9 bilhões. Ela domina o cenário da carne, tendo por exemplo em Mato Grosso do Sul, doado R$ 16 milhões para as campanhas de governo e Senado em 2014.
Há uma semana, a 4ª fase da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal), cumpriu mandados de busca e apreensão em duas unidades da JBS em Campo Grande e na sede em São Paulo.
Delação - O presidente Michel Temer (PMDB) foi flagrado em uma gravação feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista autorizando o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) a intermediar a resolução de um assunto relativo a holding J&F. O parlamentar foi filmado pela Polícia Federal recebendo propina de R$ 500 mil.
Na deleção premiada dos irmãos Batista, eles ainda contam que disseram para Temer que estavam pagando uma mesada para ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro para permanecerem calados na prisão. A situação foi incentivada por Temer, que afirmou o pagamento deveria ser mantido. Nesta quinta-feira, a empresa informou que não vai se manifestar sobre a delação.