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Política

Egelte recua e quer reassumir Aquário que lhe foi tirado por motivo “escuso”

Paulo Yafusso | 25/09/2015 14:54
O mega-projeto do Aquário do Pantanal continua gerando polêmica, mas sem prazo para conclusão (Foto: Arquivo)
O mega-projeto do Aquário do Pantanal continua gerando polêmica, mas sem prazo para conclusão (Foto: Arquivo)

Mesmo reclamando que o contrato para a execução da obra do Aquário do Pantanal ter lhe sido tomado “por motivo escuso”, a Egelte Engenharia não admite a rescisão e também que seja obrigada a retomar o empreendimento, sem que antes seja feita uma auditoria completa “para se apurar não só as atuais condições técnicas das obras, mas também a fase em que se encontram e, sobretudo, os custos ainda necessários para a sua conclusão”.

A empresa se manifestou sobre o assunto por meio de uma nota que relata o posicionamento que adotou desde que a atual gestão do Governo do Estado passou a discutir a retomada da obra do Aquário do Pantanal. Segundo a nota, “não procede a informação de que a Egelte teria se negado a reassumir a obra”. A empreiteira afirma que somente no dia 9 de setembro deste ano é que foi notificada a reassumir a obra, mesma data em que os seus técnicos pediram uma reunião com o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, para esclarecer algumas questões do empreendimento.

No encontro com o secretário, os técnicos teriam alertado que antes da retomada da obra seria necessária a realização de uma completa auditoria, que inclusive foi recomendada pelo Ministério Público. Para a Egelte, esse levantamento seria necessário, já que durante um ano e meio o projeto foi executado pela Proteco, que pertence ao empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos.

Para a empresa, a realização de uma auditoria se torna ainda mais imprescindível até para esclarecer os números divulgados pelo Governo do Estado e pela Proteco. Na semana passada, o governo divulgou que a Proteco recebeu R$ 1,6 milhão por serviço não executado, conforme medições feitas pelos técnicos da Agesul. A empresa de João Amorim, por sua vez, alega que tem a receber do Governo do Estado R$ 10 milhões, conforme documento protocolado na Secretaria Estadual de Infraestrutura no dia 23 de julho deste ano.

Citando ofícios protocolados na Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimento) e as transcrições das escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Lama Asfáltica, a Egelte diz que foi “afastada das obras do Aquário do Pantanal na sua 35ª medição (março de 2014), quando havia executado o montante de R$ 69.029.657,55 em obras”, o que corresponderia a 81% do contrato inicial. E a partir do momento que o projeto foi entregue à Proteco, não teve mais acesso a pagamento, medições, documentos ou qualquer informação sobre o projeto.

A assessoria da Secretaria Estadual de Infraestrutura informou que o secretário Marcelo Miglioli vai se manifestar na tarde desta sexta-feira, assim que tomar conhecimento de todo o teor da nota publicada pela Egelte em seu site.

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