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Política

Eldorado pagou R$ 33 milhões a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha

Fábrica de celulose, uma das maiores da área no mundo, está instalada em Três Lagoas

Mayara Bueno | 14/08/2016 15:01
Eldorado Brasil é uma das gigantes da celulose. (Foto: Divulgação/prefeitura Três Lagoas)
Eldorado Brasil é uma das gigantes da celulose. (Foto: Divulgação/prefeitura Três Lagoas)

A Eldorado, uma das maiores fábrica de Celulose do mundo, instalada em Três Lagoas, pagou cerca de R$ 33 milhões em contratos de consultoria na área de energia para empresas ligadas a Lúcio Bolonha Funaro, que é apontado como operador do deputado Eduardo Cunha (PDMB). As informações foram divulgadas no Estadão.

Os pagamentos teriam sido feitos em parcelas mensais, ao longo do ano de 2013, para três empresas: Serra da Carioca Comercializadora de Energia, Araguai Comercializadora de Energia e Viscaya Holding.

Ainda de acordo com a reportagem, a empresa declarou, por meio de nota, estar investigando possíveis irregularidades. Afirmou que, após processo de busca e apreensão, realizado em 1º de julho de 2016, a Eldorado contratou o escritório de advocacia Veirano Advogados e a empresa de investigação Ernst & Young para apuração das alegações relacionadas ao processo de financiamento com FI-FGTS.

A apreensão faz parte da Operação Sépsis, uma derivada da Lava Jato, a mesma em que Funaro foi preso. Sua ligação com Cunha foi apontada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

O operador de Cunha foi acusado pelo ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, de ter montado um esquema para pagamentos de propinas para liberação de empréstimos do FI-FGTS, o fundo que usa recursos do FGTS para investir em projetos de infraestrutura. O esquema teria envolvimento do próprio Cunha.

A Eldorado está entre as empresas citadas por Cleto, que teriam participado do esquema. Ela teria recebido, em dezembro de 2012, R$ 940 milhões do FI-FGTS. Nessa mesma época, começaram os pagamentos de consultoria para Funaro, que nega as acusações feitas por Cleto.

Das três empresas que receberam pagamentos da Eldorado, a Viscaya é conhecida no mercado e está registrada em nome de Funaro. As duas outras eram comercializadoras que estão em nome de Neiva Bolonha Funaro. Em tese, poderiam ter vendido energia para a Eldorado. Ocorre que nenhuma delas tinha autorização para operar na época.

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