Nova fase da Lava Jato mira em empresa que atuou em MS
São 23 mandados de busca e apreensão em seis cidades
A PF (Polícia Federal) deflagrou mais uma operação da Lava Jato, desta vez, o alvo é a construtora Queiroz Galvão, suspeita de ter pago R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. Nesta terça-feira (2), são cumpridos 32 mandados, que se referem à 33º fase da investigação que mira desvios de dinheiro na Petrobras.
Junto com a Sinopec Petroleum, a Galvão Engenharia formou o Consórcio UFN 3, responsável por construir a obra da Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas - distante 338 km de Campo Grande. Porém, após dezenas de problemas com funcionários e fornecedores, em dezembro de 2014 a estatal rescindiu contrato com as empresas, alegando não cumprimento do contrato. A obra foi interrompida com 82% concluída, e há um ano e meio arrasta dívida de R$ 36 milhões com empresas regionais. Não, no entanto, nenhuma relação de irregularidade na obra em MS com a nova fase da Lava Jato.
No âmbito da operação, os executivos da construtora, Ildefonso Colares e Othon Zanoide, também são alvos de mandados de prisão. Ao todo, são 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, uma de prisão temporária e cinco de condução coercitiva - àquela em que o envolvido é obrigado a prestar depoimento -, em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. As informações são do Estadão.
Conforme a publicação, os executivos da Queiroz Galvão são investigados, segundo a PF, “pela prática sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobras”.
Na 33.ª fase da Operação da Lava Jato, são cumpridos pela Polícia Federal mandados com o objetivo de obter provas adicionais de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela empreiteira Queiroz Galvão com a Petrobrás.
As investigações indicam que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Esse cartel maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal. Além dos ajustes e fraude a licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras.