Em 2h, debate da Guanandi evidencia polarização entre Giroto e Bernal
O segundo debate, transmitido pela televisão, entre os sete candidatos que disputam a eleição em Campo Grande evidenciou a polarização entre os candidatos Edson Giroto (PMDB) e Alcides Bernal (PP).
Os dois, que desde o início da campanha aparecem nas pesquisas como primeiro e segundo colocados na preferência do eleitor, tiveram os principais embates verbais durante o debate realizado pela TV Guanandi nesta noite, em mais de duas horas de perguntas e respostas.
Giroto, candidato do governador André Puccinelli (PMDB) e do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), que estiveram na emissora para acompanhar o evento, procurou, em suas respostas, acentuar sua experiência como secretário de Obras por 10 anos no município e responder ao bombardeio dos outros candidatos que, assim como tem ocorrido durante toda a campanha, centram a estratégia nas críticas ao Executivo municipal.
O progressista repetiu os discursos críticos à administração, classificando como falta de planejamento as falhas na infraestrutura na cidade, como o problema das enchentes, além do trânsito, culpando como responsabilidade do peemedebista por ele ter sido secretário.
Em resposta, foi questionado por Giroto sobre porque, enquanto vereador, não agiu para contribuir com o planejamento da cidade.
Os dois se enfrentaram diretamente em perguntas no segundo e terceiro bloco do debate. Na primeira oportunidade, a discussão foi sobre a integração entre transporte coletivo e individual. Na segunda, o trânsito novamente pautou o embate.
“Fui secretário de Obras e Campo Grande foi eleita a capital com maior qualidade de vida; 96% dos campo-grandenses dizem que gostam de morar aqui, então, fiz meu trabalho bem feito”, disse Giroto.
“Campo Grande não está um caos. Os problemas existem, mas só com críticas não se resolve. É preciso trabalhar”, completou o peemedebista.
“Se era para fazer o senhor já teria feito. Por isto chegou a hora da mudança”, discursou Bernal.
“Tem candidato que foi vereador por seis anos e não fez projeto ou planejamento”, afirmou Giroto em referência ao candidato do PP. “O papel do vereador é auxiliar o prefeito”, retrucou Bernal.
Propostas - Durante as mais de duas horas de debate, os seis candidatos que formam a oposição à atual administração foram unânimes ao repetir discursos, como exemplos, de que a saúde é problema de gestão e que, na educação, é preciso aumentar o número de Ceinfs (Centros de Educação Infantil).
Além disso, convergiram no discurso de valorizar o funcionalismo público municipal com a implantação do Plano de Cargos Salários e Carreiras.
Entre as propostas, Giroto afirmou que vai criar 30 novos Ceinfs na Capital, contratar mais 400 médicos para a saúde pública e recapear toda a cidade, a exemplo das obras que foram feitas na avenida Afonso Pena.
Reinado Azambuja (PSDB) pregou a humanização no atendimento na saúde, contratação de mais profissionais, participação popular, interromper a cobrança da taxa de asfalto, criação do hospital municipal, além de incentivos ao pequeno produtor para que Campo Grande deixe de importar hortifrutis.
Vander Loubet (PT) voltou a pregar a criação das subprefeituras nas sete regiões da cidade para descentralizar a administração; prometeu investigar a composição da tarifa do transporte público, além de reduzi-la em R$ 0,25, bem como congelar o IPTU por dois anos.
Entre suas proposições, Marcelo Bluma (PV) defendeu a priorização em planejamento urbano para que a Capital cresça de forma sustentável. Como exemplo, citou que as regiões da cidade teriam de contar com centrais de atendimento ao cidadão para que o contribuinte não precise se deslocar ao Centro.
Sidney Melo, do PSOL, pediu ao eleitor que vote pela mudança. Disse que falta seriedade na aplicação dos recursos na Saúde e que vai dar gestão eficiente aos recursos. Também prometeu que, caso eleito, vai criar o hospital pediátrico.
Suél Ferranti, do PSTU, quer todos os setores de responsabilidade exclusiva do município. Ainda criticou o sistema capitalista e defendeu a implantação do IPTU progressivo. “Quem tem menos paga menos”.
Entre suas propostas, Bernal disse que vai implementar programas que priorizem o desenvolvimento econômico de acordo com a vocação de cada região, criando políticas de qualificação de mão de obra. Também prometeu que, caso eleito, vai rever as licitações do lixo e do transporte coletivo.
Blocos - O debate promovido pela TV Guanandi foi dividido em cinco blocos. No primeiro, os candidatos falaram sobre temas específicos.
Sidney Melo ficou como tema Saúde, Vander com Assistência Social, Bernal com Geração de Emprego e Renda, Suél com Infraestrutura e Meio Ambiente, Giroto com Transporte Público e Trânsito, Azambuja com Educação e Bluma com Política Tributária.
No segundo e terceiro blocos os concorrentes fizeram perguntas entre si e, no quarto bloco, responderam às perguntas de jornalistas convidados. No último, fizeram suas considerações finais.