Em depoimento à PF, morador da Capital admite que foi com tudo pago a Brasília
Ele também cita que está desempregado e é a terceira vez que vai até a cidade a convite
Morador de Campo Grande, que não teve o nome divulgado, relatou em depoimento à Polícia Federal que não teve de pagar para ir até Brasília e que aceitou convite para engrossar manifestação porque estava desempregado. Apesar da identidade não ter sido divulgada, o documento que consta no depoimento é confirmado como origem a Capital de Mato Grosso do Sul.
“Ciente de seu direito constitucional de permanecer em silêncio e de que é autuado como incurso no delito de 'Golpe de Estado', opta por responder que reside em Campo Grande/MS e, no intuito de participar dos movimentos em prol da nação, veio em uma caravana formada por várias pessoas de diversas cidades, sendo que não foi cobrada a passagem, motivo pelo qual, inclusive veio a Brasília, já que atualmente está desempregado. Está é a terceira vez que vem a Brasília, sempre tendo ficado acampado no QG, tendo chegado aqui alguns dias antes do Natal”, diz parte do relato.
Durante o depoimento, ele negou que tenha participado de ações terroristas. “Hoje [domingo] participou da caminhada de manifestações em favor do país, quando observou de longe que estava ocorrendo um confronto, tendo sido feito o uso de muito gás lacrimogênio, o que afetou os olhos do declarante, mesmo estando distante do foco. Nisso, se dirigiu ao Palácio do Planalto como forma de sair da confusão, já que lá apresentava ser o local mais seguro no momento, inclusive porque havia um cordão do exército, motivo pelo qual o declarante e outras pessoas se ajoelharam em frente aos soldados e continuaram, de forma ordeira e pacífica, a manifestar. Também chegou a entrar dentro do prédio, em um momento de correria e, quando as coisas se acalmaram um pouco, notou que o local estava depredado, mas não presenciou quem seriam as pessoas que danificaram a estrutura".
Em outro momento, fala que não teve que arcar nem com alimentação, mas garantiu não saber quem pagou as despesas.
No último domingo (8), Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto. Vidraças da sede do Congresso foram quebradas e o Palácio e o STF, depredados. A polícia lançou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para desocupar os prédios dos Três Poderes.
Na manhã desta segunda-feira (9), a Polícia Militar do Distrito Federal e o Exército fizeram uma operação no Quartel-general do Exército, em Brasília, para desmontar o acampamento.
Com a situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou a intervenção federal do Distrito Federal até o 31 de janeiro.