Empresa acusa Delcídio de tentativa de extorsão para quitação de dívida
A EMS, maior fabricante de medicamentos do Brasil, acusa o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) de ter tentado extorqui-la, em 2014, para quitar uma dívida de campanha de R$ 1 milhão. A informação consta em reportagem publicada pela Folha de S. Paulo neste sábado (30).
O contragolpe está em defesa da empresa apresentada à Justiça na semana passada. A EMS foi citada por Delcídio em delação premiada feita à Operação Lava Jato.
De acordo com a reportagem da Folha, a fabricante de remédios alega que Delcídio usou seu prestígio como senador e proximidade com a então presidente Dilma Rousseff (PT) para pressioná-la.
À Lava Jato, Delcídio disse que a dívida era referente à campanha derrotada ao governo de Mato Grosso do Sul em 2014. Ele, então, diz ter procurado o tesoureiro da campanha de Dilma, o ex-ministro Edinho Silva, que o teria orientado pedir às empresas credoras para apresentarem notas fiscais colocando a EMS como contratante para, então, ela fazer o pagamento.
Delcídio contou que duas agências de comunicação, a FSB e a Black Ninja, emitiram as notas, de R$ 500 mil cada. Em seguida, com a fabricante de remédios figurando em notícias sobre a Lava Jato, as duas credoras teriam recuado e cancelado os documentos, arcando com o prejuízo.
Conforme detalha a Folha, a defesa da SEM é assinada pelo advogado criminalista Fernando José da Costa e está na 10ª Vara Federal em Brasília, onde tramita apuração preliminar contra Edinho a partir da delação de Delcídio.
Pela versão da EMS, um assessor do então senador, identificado como Diogo, foi quem a procurou no fim de 2014 pedindo que a empresa quitasse a dívida. Diante de uma negativa, teria vindo a ameaça: “Você sabia que Delcídio é senador e amigo pessoal da presidente da República?”.
Dias depois, relata o texto da Folha, a empresa teria recebido as notas por e-mail. A EMS garante não tê-las pago.
À Folha, a defesa de Delcídio não se manifestou. Nesta manhã de sábado (30), a informação é de que ainda não há qualquer posicionamento oficial do ex-parlamentar em relação ao assunto.