Fora do poder, PT e PMDB amargam projeções desastrosas para 2016
Tradicionalmente em lados opostos, PT e PMDB compartilham cenário similar nas Eleições 2016: redução do número de candidatos a prefeito. O encolhimento dos partidos é expresso no comparativo das estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com os dados fornecidos pelas siglas. Em 2012, o PT tinha a presidente da República e 25 “prefeitáveis”.
Agora, são oito candidatos a prefeito. Portanto, redução de 68%. Há quatro anos, o PMDB comandava o governo do Estado e tinha 52 candidaturas próprias. Em 2016, o partido informa 37 candidatos a prefeito. Ou seja, redução de 28%.
De 2012 a 2016, o Partido dos Trabalhadores ainda sofreu uma debandada dos eleitos. Segundo o presidente regional do PT, Antônio Carlos Biffi, foram eleitos 14 prefeitos, mas oito deixaram o partido, restando seis. Já em 2014, após o partido ser derrotado na disputa pelo governo do Estado, lideranças apontavam uma onda antipetista em Mato Grosso do Sul.
Na lista de quem partiu aparece nomes como do prefeito de Corumbá, Paulo Duarte (PT), que trocou o PT pelo PDT após 16 anos de militância e do prefeito de Rio Verde de Mato Grosso, Mário Kruger, que tinha histórico de 14 anos no PT.
“Esse tipo de coisa, a saída desses companheiros, é um sintoma de que eles entraram no partido sem a convicção partidária. Para nós, a saída é salutar, porque o que nós queremos em nossas fileiras são pessoas com compromisso na luta e não entender o PT como mais um entre os trinta e poucos partidos. Os que saíram, vão com Deus. Os que ficaram, vão construindo”, afirma Biffi.
Além de minimizar a perda de prefeitos, ele explica que o PT prioriza eleger vereadores nestas eleições municipais. “Estamos buscando eleger vereadores e não prefeitos. A prioridade é a Câmara de Vereadores, porque é o vereador quem organiza. O prefeito executa. Quem faz política, quem está nos bairros, no sindicato, na associação de moradores é o vereador. Onde se tem prefeituras, o partido é praticamente nulo, não tem vida partidária. O prefeito anula tudo”, diz o presidente regional do PT.
O atual quadro eleitoral aponta oito candidatos a prefeito do Partido dos Trabalhadores: Amambai, Campo Grande, Itaquiraí, Jaraguari, Jardim, Ladário, Mundo Novo e Nova Andradina. Nas cidades de Jardim, Mundo Novo e Ladário, o partido tenta a reeleição. Mas somente em Jardim será com o atual prefeito Erney Cunha, que enfrenta Guilherme Monteiro (PSDB), filho do secretário de Fazenda, Márcio Monteiro.
A lista não traz nem mesmo o município de Porto Murtinho, que é administrada pelo petista Heitor Miranda dos Santos, e terra natal de lideranças do partido, como os deputados federais Zeca do PT e Vander Loubet. O partido terá cerca de 300 candidatos a vereador em 70 municípios.
Vácuo - Na primeira eleição longe do comando da administração estadual, o PMDB vai disputar candidatura a prefeito em 37 cidades, enquanto que em 2012 foram em 52. A ausência mais representativa é Campo Grande. Após 19 anos no comando da prefeitura, o partido amargou derrota em 2012 e, agora, não tem candidato por falta de nome competitivo.
“Na verdade, não queríamos apenas colocar um candidato. Tinha que ser competitivo, com condições de disputar para vencer. A candidatura nossa era do ex-governador André Puccinelli. Ou da Simone, Moka, Márcio Fernandes. Mas temos 33 candidatos a vereador em chapa pura, que é a melhor forma de eleger a maior quantidade”, afirma o presidente regional do PMDB, deputado estadual Júnior Mochi.
Em Campo Grande, o PMDB reinou por quase duas décadas, entre 1993 e 2012, com as administrações de Juvêncio César da Fonseca, André Puccinelli e Nelson Trad Filho.
Atualmente, o partido comanda 18 prefeituras e tem plano de obter entre 22 e 25 nas eleições de 2 de outubro. “Temos candidato em Dourados, Ponta Porã, Nova Andradina, Maracaju”, cita Mochi sobre algumas cidades em que o PMDB partiu para disputa da prefeitura.