Gaeco deixa escritório alvo da Lama Asfáltica com envelope e pasta
Nova fase mira em escritórios de contabilidade que emitiam notas frias para empresas investigadas na Lama Asfáltica
O (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) saiu de um dos escritórios alvo da Operação Caduceu, na Rua Vitório Zeolla, com a Rua Abricó do Pará, nova fase da força-tarefa da Lama Asfáltica, por volta das 11h35 desta segunda-feira (14).
O grupo ficou por, pelo menos, quatro horas, e saiu com envelopes e uma pasta com documentos. A informação é de lá funciona um escritório de contabilidade que presta serviços para a Proteco Construções, de propriedade de João Amorim, também investigado na Lama Asfáltica.
Sem falar com a imprensa, cinco agentes do Gaeco saíram do local. A única confirmação do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), instituição a qual o Grupo de Atuação é subordinado, é que a nova fase mira em escritórios de contabilidade, que teriam emitido notas frias para facilitar a lavagem de dinheiro e acerto de contas de empresas investigadas.
Além do escritório, o Gaeco informou que são cumpridos outros quatro mandados de busca e apreensão. Não há ordens de prisão e a operação é exclusiva em relação aos contadores, pelo menos de acordo com a coordenadora do Grupo de Atuação, a promotora Cristiane Mourão.
Na sede do Gaeco, no Parque dos Poderes, chegaram uma viatura e um carro descaracterizado por volta das 9 horas. Ninguém falou com a imprensa. Em seguida, deixaram a sede para rumo ainda não revelado.
A reportagem do Campo Grande News tentou novo contado com a coordenadora do Gaeco, mas às ligações não foram atendidas. A assessoria de comunicação também não repassou mais detalhes da operação de hoje.
Investigação - O trabalho da força-tarefa apura esquema de desvio de milhões de obras em Mato Grosso do Sul e identificou a existência de organização criminosa para se apropriar dos recursos públicos. Iniciada há um ano e quatro meses, a investigação já levou pelo menos 15 pessoas para cadeia.
Também há investigação feita pela PF (Polícia Federal), Gaeco, MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, que apontou o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções e de vários contratos com o governo do Estado, e o ex-secretário de Obras, Edson Giroto, como líderes no esquema. Os dois foram presos em novembro do ano passado, maio e em junho deste ano.
De início, em julho de 2015, integrantes da força-tarefa divulgaram que investigaram contratos que somavam R$ 45 milhões e identificaram R$ 11 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Mas, a operação teve várias fases.
Caduceu, nome da nova fase, é um símbolo astrológico e que representa lucro, vendas e comércio. Por este motivo, a figura simboliza a contabilidade, daí o nome da nova fase, segundo o Grupo de Atuação.