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Política

Giroto aproveita “brecha” na segurança e deixa MPE pelos fundos

Michel Faustino | 17/11/2015 18:51
Ao chegar no MPE Giroto declarou que investigações tem cunho político. (Foto: Gerson Walber)
Ao chegar no MPE Giroto declarou que investigações tem cunho político. (Foto: Gerson Walber)

Diferente dos demais acusados de envolvimento no suposto esquema que desviou R$ 2,6 milhões da obra de cascalhamento da MS-171, na região de Aquidauana, ouvidos durante à tarde desta terça-feira (17) pela Força Tarefa do MPE (Ministério Público Estadual), o ex-deputado federal Edson Giroto deixou a sede do órgão pelas portas dos fundos para evitar falar com a imprensa. O ex-secretário teria aproveitado uma brecha na segurança para deixar o prédio por uma entrada de serviço restrita a funcionários.

Por volta das 17h, o veículo que trouxe Giroto até o MPE retornou para buscá-lo, no entanto, a motorista, que não foi identificada, não foi autorizada a entrar nas dependências do órgão. Diante da negativa, a mulher avisou o ex-secretário por telefone, que buscou uma alternativa para deixar o prédio sem passar pela entrada principal. O Campo Grande News apurou que Giroto aproveitou a distração da segurança e se dirigiu até uma entrada de serviço que fica na lateral do MPE e aguardou até a chegada do veículo. Ele deixou o órgão sem ser visto.

Ao chegar para depor no MPE, acompanhado da advogada Kênia Fontoura, Giroto limitou-se a declarar que a denúncia tem “cunho político”. Ele estava tranquilo e se dirigiu à sede do MPE sorrindo.

Ex-secretário municipal e estadual de Obras e ex-secretário executivo do Ministério dos Transportes, Giroto teve a prisão temporária decretada pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, na terça-feira passada pela denúncia de desvio de R$ 2,9 milhões pela recuperação da MS-228, a Estrada Parque.

No sábado, ele teve outra prisão temporária decretada, desta vez pelo suposto desvio de R$ 2,6 milhões na recuperação da MS-171, em Aquidauana. Ele só deixou a cadeia no Garras (Delegacia de Repressão a Assalto de Banco, Sequestro e Roubo) após liminar do desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, no sábado à noite.

O advogado de defesa do ex-secretário, Valeriano Fontoura, destacou que as provas do MPE são frágeis nem comprovam o suposto esquema de desvio de recursos públicos. Ele também já tinha antecipado a defesa de que as denúncias tinham cunho político.

Depoimentos – Durante a tarde desta terça-feira, foram ouvidos o ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal Edson Giroto, o empresário João Alberto Krampe Amorim; a sócia da Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos, os ex-presidentes da Agesul, Maria Wilma Casanova e Wilson Tavares, os engenheiros João Afif Jorge, Maxwell Thomé Gomez (chefe do escritório da Agesul em Coxim), Rômulo Tadeu Menossi (diretor da Proteco) e Donizete Rodrigues da Silveira e o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, além do engenheiro Paulo Brum e o empresário Fernando Carmonessi, proprietário da construtora Provias, estes dois últimos foram ouvidos na condição de testemunhas.

Os demais são acusados de desviar R$ 2,6 milhões da obra de cascalhamento da MS-171. Conforme auditoria do Governo estadual, foram pagos R$ 4,5 milhões pelo serviço numa extensão de 90 quilômetros. No entanto, os técnicos constataram que só foram cascalhados 63,2 quilômetros.

As investigações ocorrem no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Dos 10 presos, oito já estavam detidos desde terça-feira, quando o juiz decretou a prisão temporária pelo desvio de R$ 2,9 milhões na MS-228.
Uma terceira obra, a MS-184, também faz parte da mesma auditoria. Neste caso, segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura, o montante desviado somou R$ 6,2 milhões

João Amorim deixou a sede do MPE sem comentar sobre as investigações. (Foto: Gerson Walber)
João Amorim deixou a sede do MPE sem comentar sobre as investigações. (Foto: Gerson Walber)
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