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Política

Governadores ameaçam processar Marun por oferecer emendas em troca de votos

Eles criticam declarações do ministro sobre a liberação de recursos do governo federal em troca de apoio a reforma da Previdência

Leonardo Rocha | 27/12/2017 16:53
Governadores criticaram afirmação de Carlos Marun (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Governadores criticaram afirmação de Carlos Marun (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Governadores da região do Nordeste não receberam bem a afirmação do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, sobre a liberação de emendas em troca de apoio à reforma da Previdência. Eles enviaram uma carta ao presidente Michel Temer (PMDB), onde ameaçaram processar Marun e outros agentes que defenderem esta prática.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, esta carta foi assinada por nove governadores do Nordeste, onde pedem que o presidente orientem seus "auxiliares" a não realizar práticas criminosas.

Marun tinha dito que a troca de emendas, por meio de recursos da Caixa Econômica Federal, seria uma "ação de governo" e não chantagem aos políticos. Para os governadores esta postura do novo ministro parecia uma "ameaça" e que o ato de "troca de apoio" era algo "arbitrário" e que se esta situação continuasse iriam processar os agentes envolvidos.

"Protestamos publicamente contra essa declaração e contra essa possibilidade e não hesitaremos em promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme", relata a carta. Entre os governadores aparecem dois do PMDB, Jackson Barreto do Sergipe e Renan Filho, de Alagoas.

O governador de Alagoas é filho do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que já teve vários embates com o presidente Michel Temer. Já Jackson Barreto foi um dos primeiro a reclamar de tal "troca de apoio", em função da reforma da previdência.

Segundo a reportagem, Carlos Marun estaria cobrando os governadores para apoiarem a reforma da previdência, tanto que tinha pedido "reciprocidade" sobre a matéria. O governo federal planeja votar o projeto no dia 19 de fevereiro, após retirar da pauta deste final do ano.

A reportagem do Campo Grande News tentou entrar em contato com Carlos Marun, mas ele não atendeu as ligações.

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