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Política

Governo estrutura escritório para estreitar relações internacionais

Já foram alugadas salas comerciais para a organização do escritório

Maristela Brunetto | 13/07/2023 15:50
Governo vai montar escritório para prospectar negócios e auxiliar em relações institucionais com outros países (Foto: Henrique Kawaminami)
Governo vai montar escritório para prospectar negócios e auxiliar em relações institucionais com outros países (Foto: Henrique Kawaminami)

Colhendo resultados do bom desempenho das exportações do setor agropecuário, que aumentaram em quase 50% o superávit da balança comercial neste ano, o governo começou a dar forma ao Escritório Estadual de Relações Internacionais, incluído na estrutura organizacional do Poder Executivo no final do ano passado. O órgão é subordinado à Secretaria de Governo e Gestão Estratégica e já tem como integrante o ex-secretário de Fazenda Luiz Renato Adler Ralho, nomeado desde fevereiro.

Para reunir a equipe que atuará nas relações com comitivas e autoridades estrangeiras, o governo alugou cinco salas no edifício comercial The Place, na Avenida Afonso Pena.

Ajudar a “vender” a imagem do Estado, prospectar negócios, atrair investimentos estão entre as tarefas do escritório, que terá ainda que atuar em projetos e assuntos internacionais de interesse de Mato Grosso do Sul, assessorar as autoridades durante contato com representantes estrangeiros, participar de eventos e fóruns relacionados à integração dos estados, auxiliar municípios em seus contatos e estruturação de um ambiente de negócio e se articular com agentes de financiamento e organismos que também atuem em relações internacionais.

O Estado apostou na tradição com produtos primários, como a soja, milho, minério e carne para buscar empreendimentos que queiram se instalar e atuar na industrialização, divulgando a imagem de um bom local para se investir. No final da semana passada, durante o lançamento de uma cooperativa de esmagamento de soja, o governo anunciou que tem uma carta com cerca de R$ 60 bilhões em investimentos, que seria o maior quantitativo do país. Os empreendimentos com maior capital são a Suzano, em Ribas do Rio Pardo, com cerca de R$ 19 bilhões, e a Arauco, em Inocência, com projeto de R$ 28,3 bilhões, ambas gigantes da celulose que estão em processo de criação de unidades industriais.

Os dados de janeiro a abril deste ano mostraram que Mato Grosso do Sul saltou de US$ 3,459 bilhões para US$ 4,317 bilhões na exportação de produtos, com destaque para as vendas externas de soja, celulose, açúcar, milho e minério de ferro, gerando superávit de US$ 2,9 bilhões. China e Argentina são os principais parceiros comerciais.

Outro fator que leva o Estado a apostar nas relações internacionais é o avanço da Rota Bioceânica, um plano antigo de abrir um corredor ligando os Oceanos Atlântico e Pacífico. O percurso passa pelo Paraguai, na região de Porto Murtinho, seguindo rumo ao Chile, como uma opção mais vantajosa de embarcar produtos para a Ásia. O Estado se insere nesse projeto porque Murtinho vai contar com uma ponte, já sendo construída com recursos da Itaipu Binacional, e a Hidrovia, para a chegada de produtos por estradas ou pelo Rio Paraguai e serem exportados quando tudo estiver pronto. Inclusive, autoridades chilenas instalaram um escritório em Campo Grande, apostando na rota, ele vai funcionar no mesmo endereço que o escritório do Governo Estadual.

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