Governo pede “bom senso” e condena judicialização de lockdown em Campo Grande
Secretário Eduardo Riedel criticou ação da Defensoria Pública e falou em "contaminação das instituições"
O secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel, foi às câmeras da transmissão ao vivo diária, nesta quarta-feira (5), para condenar a ação da Defensoria Pública pedindo lockdown por 14 dias em Campo Grande, protocolada ontem (4).
Riedel falou em combater “a perda do bom senso”, que classificou como “maior inimigo da pandemia”, bem como a “capacidade de dialogar e articular ações concretas, por mais que não sejam convergentes”.
Campo Grande, com 11.458 casos confirmados e 152 mortes, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), está na faixa de risco extremo para a covid-19 do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), iniciativa do governo estadual. A bandeira preta sinaliza necessidade de manter em funcionamento apenas as atividades essenciais.
Apesar da recomendação, o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), flexibilizou as medidas restritivas este mês, com toque de recolher mais curto, permissão para abertura do comércio aos fins de semana e extensão do horário de funcionamento das lojas.
“Cada um tem sua angústia, sua agonia, e está contaminando as instituições”, disse Eduardo Riedel, em referência à ação civil pública que pediu lockdown em Campo Grande. A peça é assinada pelo defensor público-geral Fábio Rogério Rombi da Silva.
Não acreditamos na judicialização extrema e generalizada como ferramenta de solução. A hora que a gente achar que a caneta de um magistrado pode resolver essa situação, provavelmente a covid está dando um passo adiante”, disparou o titular da Segov.
Em tom apaziguador, Riedel salientou que as atividades essenciais listadas pelo Prosseguir se assemelham aos serviços listados pela prefeitura de Campo Grande, e que as divergências devem ser tratadas “no diálogo”.
O secretário finalizou o discurso com “solidariedade” aos prefeitos, que precisam tomar decisões difíceis “a partir do momento que o Estado recomenda e coloca as ações à luz da Ciência”, em alusão aos critérios do Prosseguir, definidos com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde), extensão continental da OMS (Organização Mundial da Saúde).