Imbassahy deixa Ministério e Marun assumirá articulação política de Temer
Titular da pasta deixa o cargo às vésperas de convenção do PSDB, que deve deixar a base aliada; deputado de MS já vinha sendo cogitado para o cargo
O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), apresentou nesta sexta-feira (8) seu pedido de demissão ao presidente Michel Temer. A medida foi tomada um dia antes da convenção nacional do PSDB, que pode representar a saída dos tucanos da base governista, e abre caminho para o deputado federal Carlos Marun (PMDB) ser nomeado na pasta –o que deve acontecer até a semana que vem, segundo informaram as agências de notícias.
A demissão foi anunciada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência. Imbassahy, conforme o UOL, entregou seu pedido de demissão a Temer em São Paulo, onde ambos participaram de eventos públicos nesta manhã. Na carta, afirmou ter sido uma "honra" ter integrado o Governo Temer e atuado na articulação política em um período adverso para o governo.
Nesse período, ressaltou ter atuado em favor das reformas trabalhistas e do ensino médio, e sustentou a necessidade de apoio para aprovação da reforma da previdência.
Após oficializar a exoneração de Imbassahy, Temer emitiu nota agradecendo o apoio do parlamentar tucano e também pela amizade do parceiro político.
Desembarque – A saída de Imbassahy era aguardada desde novembro, quando, com a saída de Bruno Araújo (PSDB-PE) do Ministério das Cidades e sua substituição por Alexandre Baldy (sem partido-GO), uma postagem no Twitter oficial do Palácio do Planalto confirmava também a posse de Marun na Secretaria de Governo. O texto foi apagado em seguida e o erro foi atribuído a um funcionário terceirizado que cuidava da conta –enquanto o Planalto negava a saída do então ministro da Secretaria de Governo.
O desembarque dos tucanos do Governo Temer, porém, já era aguardado. Em 29 de novembro, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) já dava o PSDB como fora da base. Naquele momento, a permanência de Imbassahy foi atribuída também a um pedido do senador e ainda presidente nacional tucano, Aécio Neves (MG), que tentava manter o partido na base do Governo Temer.
O governador paulista Geraldo Alckmin deve assumir o comando do PSDB neste sábado. Em um primeiro momento, ele anunciou que o partido deixaria a base.
Cauteloso – Desde que teve o nome ventilado para a Secretaria de Governo, Marun tratou a indicação com cautela –mesmo que integrantes do partido em Brasília já tivessem confirmado ao Campo Grande News que ele seria indicado para o cargo com as bênçãos da bancada na Câmara Federal. Além da fidelidade ao presidente e ao PMDB, pesava em favor de Marun a disposição em não disputar a reeleição para integrar o staff ministerial.
O deputado afirmou, primeiro, que aguardaria a oficialização do convite. Depois, que caberia a Michel Temer avaliar como o parlamentar sul-mato-grossense poderia ser mais útil ao governo (se no Congresso no na Esplanada dos Ministérios).
Procurado pela reportagem, Marun não foi localizado nesta tarde para comentar a nomeação.