Líderes comunitários reclamam de “herança maldita” e volta das favelas
Líderes comunitários se queixaram este sábado, na Câmara de Campo Grande, da “herança maldita” que o prefeito cassado Alcides Bernal (PP) teria deixado na Capital, especialmente o ressurgimento de favelas. Durante a posse dos coordenadores de Ação Comunitária da Prefeitura, comandada pelo prefeito Gilmar Olarte (PP), eles também exibiram confiança que agora serão “ouvidos” e terão atendidos pedidos, como asfalto, creche e escola.
O vice-presidente da associação de moradores do bairro Granja Bandeira, Alfredo Orlando Palhano, citou o caso da favela Portelinha, na região norte de Campo Grande. “Essa favela surgiu porque as casas estava pronta e o prefeito anterior (Alcides Bernal) não entregou”, afirmou Palhano.
Apontou também que áreas públicas que seriam destinadas à construção de Centro de Educação Infantil (Ceinfs), escolas e postos de saúde estão ocupadas por grupos de sem-teto em razão do “descaso” da gestão passada. “É o caso de uma área no Jardim das Hortências que está ocupada por mil pessoas”, afirmou Alfredo Palhano. “Não era para ter acontecido, porque tem mais de 400 casas prontas que não foram entregues, atrás do Parque Jacques da Luz, nas Moreninhas”, acrescentou.
Plalhano ainda se lembrou da situação de área no bairro Guanandi II, à Rua Ezequiel Ferreira, que seria usada para construção de um Ceinf e um centro comunitário. “Não entrou no Orçamento do Município porque a área está ocupada”, lamentou o líder comunitário.
Respeito aos pedidos – O presidente da Associação dos moradores do Dom Antônio Barbosa, Rubens Alcântara, destacou a importância da retomada do acesso aos secretários municipais na atual gestão de Olarte e o atendimento aos pedidos das lideranças comunitárias por benfeitorias como água, luz, asfalto, creches e escolas. “Há muito tempo a gente não tinha isso”, destacou.
Alcântara considerou fundamental a reestruturação da Coordenadoria de Ação Comunitária, com seus novos dirigentes empossados nesta manhã, e a perspectiva de criação da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, já aprovada pela Câmara de Campo Grande. “Antes a gente tinha a coordenadoria, mas não funcionava, estava fechada para o movimento comunitário”, criticou.
Já o presidente da União Municipal das Associações de Moradores, José Gondim, disse que na gestão de Bernal faltou “integração maior” com o movimento comunitário. “Hoje vemos que existe um clima de mais harmonia”, avaliou.
Quanto aos reflexos da nova administração na cidade, Gondim afirmou que apesar de o governo estar no começo já se começa a sentir os reflexos nos bairros. “A limpeza da cidade está acontecendo e isso é positivo”, disse.
A presidente de Associação dos Moradores do Anhanduí destacou também a melhoria na limpeza. “Foi nomeada outra pessoa para cuidar da limpeza e as coisas começam a acontecer. Antes estava muito devagar, o cemitério, a capelo e o posto de saúde estavam abandonados”, afirmou ela.