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Política

Lula demite comandante do Exército 13 dias após ataque aos três Poderes

Júlio César de Arruda ficou menos de um mês no cargo e novo chefe militar faz discurso defendendo as urnas

Gabriela Couto | 21/01/2023 13:59
General Júlio Cesar de Arruda prestando continência. (Foto: Tenente Ferrentini/Comando Militar do Leste)
General Júlio Cesar de Arruda prestando continência. (Foto: Tenente Ferrentini/Comando Militar do Leste)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu neste sábado (21) o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército. Quem assume é o atual comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo), general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

A mudança ocorre 13 dias após o ataque de bolsonaristas aos prédios dos três Poderes. Uma crise de confiança foi aberta após a invasão dos radicais que depredaram as estruturas do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Arruda tinha sido nomeado para o comando da Força em 28 de dezembro, antes da posse de Lula como presidente. Ele havia sido escolhido por critério de antiguidade pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Antes de ser demitido, o general participou de uma reunião, no Palácio do Planalto, com Lula e os comandantes da Marinha, da Aeronáutica e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, realizada nesta sexta-feira (20).

Foi a primeira reunião do presidente com os comandantes das Forças Armadas depois de Lula defender punição para militares envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A decisão foi tomada porque Arruda não demonstrou disposição de tomar providências imediatas para reduzir as desconfianças de Lula em relação a militares do Exército.

General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva assume como comandante do Exército. (Foto: Exército Brasileiro)
General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva assume como comandante do Exército. (Foto: Exército Brasileiro)

Perfil - O novo comandante do Exército é conhecido pelo nome de guerra Tomás e fez nesta semana um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, pedindo o respeito ao resultado das eleições e afirmando o Exército como apolítico e apartidário.

Ele já havia sido cotado para o cargo, mas alguns petistas temiam que sua grande capacidade de articulação o tornassem numa força independente, assim como Eduardo Villas Bôas foi quando escolhido por Dilma Rousseff (PT) no fim de 2014 —o ex-comandante foi o artífice da volta dos fardados à política.

Além disso, o general está na linha sucessória natural, sendo o mais antigo detentor de quatro estrelas do Alto-Comando, ao lado de Valério Strumpf.

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