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Política

Marquinhos diz que crise no PSL “parou Brasília” e atrasa projetos da Capital

Prefeito afirma que impasse político na capital federal atrasa tramitação de projetos de interesse do município

Humberto Marques e Tainá Jara | 22/10/2019 17:41
Prefeito afirma que questões políticas têm atrapalhado ritmo administrativo do governo federal. (Foto: Kísie Ainoã)
Prefeito afirma que questões políticas têm atrapalhado ritmo administrativo do governo federal. (Foto: Kísie Ainoã)

A sucessão de fatos políticos envolvendo o governo do presidente Jair Bolsonaro atingiu o ritmo da administração federal e, como resultado, projetos de interesse de Estados e municípios não avançam. A avaliação é do prefeito Marquinhos Trad (PSD), segundo quem “uma questão de briga interna partidária” causa problemas. Entre as propostas atingidas está a conversão dos apartamentos do Hotel Campo Grande em moradias populares.

“Fico chateado que esses temas minúsculos influenciem na vida de todo o brasileiro. Uma questão de briga interna partidária parou o Congresso”, afirmou o prefeito na tarde desta terça-feira (22) na Cidade do Natal, durante entrega de 20 novos ônibus para o transporte coletivo da cidade.

Marquinhos disse que a sucessão de travas foi sentida no mês passado, quando ele esteve em Brasília “e a discussão maior era a ida ou não do filho do presidente para a embaixada, se isso era nepotismo ou não era”. O debate ao qual o prefeito se referiu envolveu a possível indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para comandar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos –nesta terça, Bolsonaro sinalizou a escolha do embaixador de carreira Nestor Foster para o posto.

“Quando começaram a acalmar as coisas, veio a briga interna do PSL, e Brasília parou de fato. Não conseguimos adiantar nada porque está uma confusão partidária e nenhum ministério nos tem dito nada”, prosseguiu o prefeito.

A disputa pelo controle do partido, que de 8 deputados passou a mais de 50 na eleição do ano passado –e com isso viu as cotas dos fundos partidário e eleitoral–, colocou frente a frente grupos alinhados com Jair Bolsonaro e o presidente peesselista, o deputado federal e fundador da legenda, Luciano Bivar, e teve entre seus ingredientes a disputa pela liderança do partido na Câmara entre Waldir de Oliveira (GO) e Eduardo Bolsonaro e a substituição da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO) na liderança do Governo no Congresso. Waldir e Joice protagonizaram ataques contra o presidente, seus filhos na política e apoiadores.

Enquanto o embaraço político não é desmanchado, Marquinhos afirma que tem buscado alternativas para manter as ações. “Não posso esperar que a questão partidária do presidente da República se resolva. Em Campo Grande, até agora, construímos tudo sozinhos com os impostos. Estamos otimizando”, disse.

Ele citou o uso de R$ 2,5 milhões em multas de trânsito e do sistema de estacionamento rotativo arrecadadas ao longo de um ano para o custeio de reformas de terminais de ônibus como um dos exemplos; ao mesmo tempo em que destacou que o projeto que prevê aplicar cerca de R$ 40 milhões para converter o Hotel Campo Grande em 117 moradias populares “está em Brasília para análise do Ministério do Desenvolvimento Regional, onde está tudo parado”.

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