Na 1ª sessão do ano, deputados cobram providências para barragens de MS
Ex-vereador em Corumbá –cidade onde está instalada a mineradora Vale–, Evander Vendramine (PP) sugeriu criação de uma comissão parlamentar para acompanhar vistorias
Na primeira sessão de 2019, deputados estaduais não deixaram demonstrar preocupação com a situação das barragens que armazenam o rejeito da extração do minério de ferro –aquela lama que inundou Brumadinho, no interior de Minas Gerais– em Mato Grosso do Sul. Parlamentares querem saber como é a fiscalização.
Ex-vereador em Corumbá –cidade onde está instalada a mineradora Vale–, Evander Vendramine (PP) sugeriu até a criação de uma comissão parlamentar para acompanhar as vistorias. “Tenho uma reunião hoje à tarde na Semagro [Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar] e vou pedir a intensificação nas fiscalizações, principalmente na região do Urucum”, afirmou.
O rompimento das barragens de alto risco situadas no complexo do Urucum, em Corumbá, não carrearia a lama com rejeitos de minério e manganês para a cidade ou para o rio Paraguai. Ambos estão distantes a pelo menos 40 km desses depósitos a céu aberto. Mas, não fiscalizados com critério pelos órgãos federais, se romperem-se, as estruturas podem tanto afetar uma comunidade tradicional, como varrer um ambiente de rica biodiversidade do Pantanal.
O deputado Felipe Orro (PSDB) disse no plenário que está em contato direto com as empresas - Vale e Vetorial (siderúrgica). “Queremos ver o mesmo que aconteceu em Minas Gerais, seja feito aqui. A desativação gradual e sem risco de barragens até a paralisação total das que tem o mesmo modelo da de Brumadinho”.
Já Pedro Kemp (PT) oficializou a convocação do secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, para que ele possa explicar aos parlamentares como funciona a fiscalização neste ramo.
Tragédia – A barragem da mineradora Vale em Brumadinho se rompeu no dia 25 de janeiro e destruiu o equivalente a 378 campos de futebol de mata, segundo comparação feita em matéria publicada no site da revista Veja.
Até ontem (4), conforme apurou a Agência Brasil, 134 corpos foram encontrados pelas equipes de resgate, dos quais 120 foram identificados. No total, 394 pessoas foram localizadas e 199 continuam desaparecidas.
Para facilitar a identificação das vítimas, a Polícia Civil de Minas Gerais já coletou 522 amostras de DNA.