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Política

Na saída da igreja, Pedro Kemp é xingado e leva soco no peito

Deputado estadual registrou boletim de ocorrência e postou desabafo nas redes sociais dizendo estar cansado

Gabriela Couto | 28/11/2022 08:07
Foto publicada pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT) na Delegacia de Pronto Atendimento da Polícia Civil durante registro de boletim de ocorrência na noite deste domingo. (Foto: Instagram)
Foto publicada pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT) na Delegacia de Pronto Atendimento da Polícia Civil durante registro de boletim de ocorrência na noite deste domingo. (Foto: Instagram)

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) foi agredido verbalmente e fisicamente na noite deste domingo (27), às 20h, na saída da Igreja Paróquia Nossa Senhora Abadia, na Avenida Afonso Pena, em frente ao Parque dos Poderes. Por defender a ideologia do partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um dos cristãos que participavam da celebração esperou o parlamentar na saída para atacá-lo.

O suspeito da agressão é um economista que pediu para Pedro Kemp 'retirar o nome dele da mala direta, porque não queria receber correspondência do petista', o xingou de 'canalha, bandido e falso' e deu um soco no peito do deputado, dizendo "eu vou te bater". O homem foi segurado por outros devotos para não piorar a situação e levado para dentro da igreja.

O petista apenas pediu para o economista não apontar o dedo para ele e questionado os motivos dos xingamento: “Por que eu sou canalha? Porque eu votei no PT, no Lula?”. Após o incidente, o parlamentar foi até a delegacia de polícia civil registrar um boletim de ocorrência de injúria e vias de fato.

Nas redes sociais ele postou uma foto abalado, por volta das 23h, dentro do departamento policial. “Acabei de registrar um boletim de ocorrência por ter sido agredido verbal e fisicamente na saída de uma igreja. Tá difícil conviver com quem não respeita nossas convicções políticas. Ainda bem que o agressor é um cristão que tinha acabado de participar de uma missa. Agora, vai se explicar na Justiça. Cansei”.

Um grande número de pessoas tem mandado mensagens de solidariedade para ele neste momento. A reportagem falou com o deputado nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (28). "Muito obrigado a todos pelo apoio. Não está fácil. Mas sigo firme na luta", ressaltou.

A reportagem entrou em contato com o economista citado como autor no boletim de ocorrência, mas até o momento ele não retornou a ligação e nem respondeu as mensagens para dar a versão sobre os fatos registrados no boletim de ocorrências. O espaço segue aberto.

O presidente regional do Partido dos Trabalhadores, Vladimir Ferreira, afirmou que está retornado de Coxim para Campo Grande nesta manhã de segunda-feira (28) para se reunir com o Pedro Kemp.

“Vamos fazer uma nota de apoio a ele e de repúdio à situação. Por mais que não nos surpreende mais atitude desse tipo de gente, não podemos aceitar e temos que reagir, como ele fez. Infelizmente isso foi plantado por esse governo e esta alojado no coração das pessoas”.

Esta não é a primeira vez que Kemp é ofendido dentro da igreja. Ele já chegou a sair de uma missa após não concordar com a discussão política que estava ouvindo. O deputado é ex-seminarista, estudou teologia e é um católico muito participativo na igreja.

Ele é graduado em Filosofia e Psicologia, tem mestrado em Educação e foi reeleito para seu quinto mandato na Assembleia Legislativa. Durante todos seus anos como político ele sempre defendeu as pautas da religião e falou da importância da fé.

Petistas se reuniram para escrever uma nota pública após a ocorrência. (Foto: Assessoria de imprensa) 
Petistas se reuniram para escrever uma nota pública após a ocorrência. (Foto: Assessoria de imprensa)

Nota pública - Na manhã desta segunda-feira (28), vários integrante do partido se reuniram ao final do encontra publicaram uma nota pública. Conforme o documento, foi emitida mensagem de total solidariedade e apoio ao deputado Pedro Kemp, bem como a reafirmação do repúdio "não apenas à atitude do agressor, como também a todas as formas de intolerância, radicalismo e violência que têm sido registradas em virtude de posições políticas divergentes."

Por último, o grupo exigiu que, na "condição de parlamentares e dirigentes políticos, a devida apuração da agressão e punição do agressor por parte das autoridades competentes, de maneira a deixar claro para a sociedade que esse tipo de comportamento criminoso não cabe no Estado Democrático de Direito."

****Matéria atualizada às 10h45 para acréscimo de informações.

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