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Política

'Não tenho voto', comenta Marquinhos sobre eleição na Câmara Municipal

Nyelder Rodrigues e Anahi Zurutuza | 17/11/2016 20:12

Em meio as articulações para a próxima gestão municipal em Campo Grande, o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD) afirmou hoje (17) que não vai influenciar na escolha do novo presidente da Câmara de vereadores. Nesta tarde, ele se encontrou com 18 parlamentares que assumem cadeiras na Casa a partir do ano que vem.

"Eu não apoio ninguém, eu não tenho voto. Eu acredito na independência dos poderes. Quem decide quem vai ser o presidente são os vereadores. Eu vou dar espaço para que os vereadores possam mostrar o seu trabalho", comenta Marquinhos, ao falar sobre o pleito, que já conta com o atual presidente, João Rocha (PSDB), como candidato.

"Muitos vereadores não foram reeleitos justamente por falta dessa falta de sintonia, não puderam demonstrar seu trabalho", completou o prefeito eleito, relembrando a conturbada relação entre vereadores e Executivo nestes quatro anos.

A maioria dos vereadores que participaram do encontro, que contou também com a participação do governador Reinaldo Azambuja e da vice Rose Modesto (ambos do PSDB) são da base eleita pela coligação tucana nas eleições de 2 de outubro.

Apesar dessa maioria, que apoiou Rose na disputa pela prefeitura, ele não crê que terá dificuldades no relacionamento com a Câmara. "Eu não acho que vá existir oposição ou situação. Vereador é vereador", pontua Marquinhos. Reinaldo segue a mesma linha. "A fiscalização é obrigação do Legislativo, independente de base aliada ou não".

Consenso - O clima de aproximação entre Executivo e Legislativo também é perceptível entre os parlamentares eleitos que participaram da reunião. Ao negarem que foi discutida alguma distribuição de cargos, eles comentaram sobre o posicionamento que deve ser adotado na próxima legislatura.

"Eu posso concordar com algumas coisas e discordar de outras. O que a gente vai fazer é cobrar as propostas, é o que a sociedade vai cobrar da gente e a gente vai exigir. A Câmara vai ser firme nisso, mas eu não gosto disso, de base aliada e oposição", explica o Lívio Leite (PSDB), que foi reeleito.

João Rocha afirmou estar lisonjeado por já ter sido indicado pelo partido como candidato à presidência da Câmara, sendo esta uma responsabilidade grande. "Mas, claro, vamos consultar ainda a nossa base e ouvir todos na Casa", frisa Rocha.

"Todos os apoios possíveis são necessários. Mas o Marquinhos diz que não vai interferir [na escolha do presidente da Câmara], então eu respeito. Se ele vai deixar para o colegiado escolher, isso demonstra que ele tem maturidade política", opina João Rocha, que ainda disse que o encontro foi de unificação.

Ainda assim, algumas discussões para o ano que vem já são divergentes. Uma delas é o percentual do orçamento que o novo prefeito terá liberdade para trabalhar a partir de 2017.

Marquinhos pediu para ter 30% livre, sem necessidade de aprovação dos vereadores - algo que Alcides Bernal (PP) tentou e não conseguiu. Entretanto, Eduardo Romero (SD) e outros já se posicionaram contra, afirmando que é importante manter o percentual como está atualmente, em 5%.

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