No adeus a Ary Rigo, amigos e familiares relembram trajetória e estilo "paizão"
Durante o velório, Rigo foi lembrado como político que soube construir amizades, mesmo entre os adversários
O ex-deputado estadual e ex-vice governador Ary Rigo foi sepultado há pouco, sob aplausos, no Parque das Primaveras, em Campo Grande. No velório, integrantes de vários partidos evidenciaram o trânsito político, a experiência na atividade parlamentar e o estilo "paizão" que soube cultivar amizades.
No velório, havia coroa de flores de políticos do PT, MDB e DEM, além de muitos colegas da política, independente da linha ideológica.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que Rigo soube construir amizades ao longo da carreira política, mesmo sob divergências. Azambuja relembrou o tempo de trabalho na Assembleia Legislativa em 2006, quando dividiram mandado. “Muitas vezes, ele foi injustiçado e penalizado”.
Para o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, Ary Rigo “tinha coração enorme e era um paizão”. Corrêa disse que o conheceu melhor quando foi coordenador de campanha do então candidato ao governo, Pedro Pedrossian e, depois, assumiu a chefia da Casa Civil. “Era verdadeiro cavalheiro e ajudava muita gente”.
O ex-senador Waldemir Moka (MDB) lembrou que os dois disputavam votos na mesma região (sudoeste do Estado), mas que isso não impediu de ter respeito grande pelo adversário. “Fica lacuna e perda de amigo muito bem-humorado”.
A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) o considerava “grande pai político”, sendo responsável por tudo que ela aprendeu no trabalho parlamentar. Mara relembrou a última vez que conversou com Rigo, há dois meses, em que disse estar otimista com o fim da pandemia da covid-19. “Tenho a convicção que ele cumpriu sua missão e deixou legado para quem o conheceu”.
Companheiro de trabalho na Assembleia, o ex-assessor Gustavo dos Santos, comentou que Rigo estava mudando o endereço do escritório para ficar mais próximo da família. O genro, Daniel Navarro, trabalhou com o ex-deputado por 16 anos, uma mostra de afetividade na visão dele. “Sempre foi companheiro, como um pai”.
Ary Rigo morreu ontem (30), depois de ter ficado internado desde segunda-feira, em decorrência de queda no quarto em casa, quando sofreu traumatismo craniano.
Rigo participou da elaboração da 1ª Constituição de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 1979 e 1982, e foi deputado estadual eleito por seis mandatos, tendo participado da Mesa Diretora e presidido a Assembleia de 2001 a 2003, além de exercer o cargo de vice-governador e chefe da Casa Civil na gestão Pedro Pedrossian.