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Política

No Paraguai, prefeita discute voos diretos entre Assunção e a Capital

Assunto foi debatido durante agenda oficial no país, para tratar da Rota Bioceânica

Natália Olliver | 05/07/2023 17:25
Prefeito de Assunção e Adriane Lopes se encontram para firmar parcerias entre Brasil e Paraguai (Foto: Foto: Divulgação/PMCG).
Prefeito de Assunção e Adriane Lopes se encontram para firmar parcerias entre Brasil e Paraguai (Foto: Foto: Divulgação/PMCG).

Durante encontro com o presidente eleito de Assunção, no Paraguai, Santiago Peña (Partido Colorado), e o embaixador brasileiro no país, José Antônio Marcondes, a prefeita Adriane Lopes (PP) disse que estuda a possibilidade de criar voos diretos da cidade paraguaia para Campo Grande. Atualmente, para realizar o trajeto é necessário fazer escala aérea por São Paulo. O assunto foi debatido na agenda oficial desta quarta-feira (5), no país vizinho ao Brasil.

O evento tratava do Rila (Rota de Integração Latino Americana). Conforme a chefe municipal, a ideia é que isso fortaleça o turismo da capital sul-mato-grossense e contribua com o desenvolvimento econômico da cidade.

Ao Campo Grande News, Adriane ressalta que se identificou com o presidente paraguaio e que juntos esperam abordar melhor o assunto futuramente. “Por ele ser economista e nós querermos o desenvolvimento econômico da Capital, acreditamos que novas tratativas surgirão. Apresentamos o potencial turístico de Campo Grande e falamos que ainda não temos voos diretos. Podemos explorar isso. Temos o maior aquário de água doce da América Latina”, disse.

Para a prefeita, a palavra integração norteou toda a reunião. “Foi um almoço super produtivo. A pauta foi a Rota Bioceânica, mas a integração foi a palavra de toda conversa, também falamos de questões aduaneiras. Viemos com intuito de projetar o debate, discutir pautas econômicas e buscar novas tratativas”.

Segundo Adriane, Santiago Peña possui interesse nas hidrovias brasileiras e manter relações entre os países.

“Minha atenção estará muito mais focada em departamentos [estados] que fazem limite com o Paraguai. Vou dedicar muito da minha atenção no processo de integração com estes países. E acredito que o maior projeto de integração seja a hidrovia. Vamos caminhar juntos nos próximos anos para que Campo Grande, Mato Grosso do Sul e Paraguai, juntos, tenham mais possibilidades comerciais. Já tenho inclusive um convite da prefeita Adriane para, em breve, visitar a Capital”.

Adriane também acrescentou o interesse dos paraguaios no número de conterrâneos no solo sul-mato-grossense, em especial, Campo Grande. “Temos hoje colonias com 80 mil paraguaios, eles são parte importante da nossa cultura”.

Também participaram da reunião o governador Eduardo Riedel, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro; os deputados estaduais Paulo Correa e Lídio Lopes e a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos de Campo Grande, Catiana Sabadin.

Rota - A nova rota promete encurtar em 17 dias a viagem de mercadorias entre Mato Grosso do Sul e a Ásia. A previsão é que a obra seja finalizada em dezembro de 2024.

Com a ponte, as cargas virão de diversos estados do Brasil por rodovia e seguirão pelo Paraguai, Argentina e Chile até chegar a dois portos do Chile, de onde partem de navio para a Ásia. O percurso vai cair para 18,6 mil km, trazendo uma enorme economia com a logística, deixando os produtos com preços mais competitivos no mercado.

Por meio da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), a prefeitura realizou um estudo de viabilidade do Terminal Intermodal de Cargas, em dezembro de 2022, e promove ações para fomentar o desenvolvimento econômico e turístico da região.

O interesse da gestão municipal é justamente pela localização geográfica da capital sul-mato-grossense. De acordo com Adriane, Campo Grande está se preparando para ser um hub logístico e centro de distribuição de mercadorias, o que promete gerar economia e eficiência para atender as empresas brasileiras e demais países, como o Paraguai, que se beneficiarão diretamente deste caminho para exportação de grãos, fibras, proteínas e minérios a países asiáticos.

A prefeita salienta que a economia de Campo Grande dará um salto positivo com a viabilização da Rota, que deve estar operacional em dois ou três anos, mas que começa a ser preparada desde já. A prova disso foram as rodadas de negócios realizadas durante a Expogrande 2023, que reuniu delegações de diversos países, tais como Argentina, Bolívia, Paraguai, Portugal, Itália, Luxemburgo e Chile.

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