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Política

Nome de vice e alianças só começam a ser definidos na quarta, diz Simone

"A bola ainda não está comigo", afirma senadora sobre partido validar pedido de André Puccinelli (MDB)

Anahi Zurutuza | 30/07/2018 10:30
Simone Tebet em sessão do Senador (Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Simone Tebet em sessão do Senador (Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Com a senadora Simone Tebet como o nome que substituirá André Puccinelli na disputa para o Governo de Mato Grosso do Sul, recomeça o trabalho dos integrantes do partido de costurar alianças e definir outros nomes na composição da chapa encabeçada pelo MDB. A congressista afirma que tudo começa a ser definido a partir de quarta-feira.

Às vésperas da convenção partidária após a segunda derrota do ex-governador na Justiça, a congressista foi convocada por André a encabeçar a chapa. Puccinelli completa nesta segunda-feira (30), o décimo dia na prisão e na sexta-feira (27), teve pedido de habeas corpus negado pelo ministro Humberto Martins no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Simone foi ao Cento de Triagem Anísio Lima no sábado (28) e o anúncio de que ela foi chamada para substituir Puccinelli veio ontem (29). Ela relatou ao Campo Grande News, como foi a conversa.

“Fui pega de surpresa, primeiro com a condição como o ex-governador está preso. Não porque se trata de uma autoridade. Como advogada, digo que não é a situação ideal, para qualquer outro cidadão. Ele responde a um inquérito, não tem culpa formada, é uma pessoa de idade [André completou 70 anos no dia 2 de julho]. O ex-presidente Lula, que tem condenação, está em uma sala da Polícia Federal e ele divide uma cela com outras 20 pessoas”.

A senadora garante, contudo, que o Puccinelli não se deixou abater. “É surpreendente como ele é forte e está muito seguro na decisão de não ser candidato”.

Para a parlamentar, o ex-governador a convocou a se lançar como candidata pelo MDB como cidadão e não como político. “Foi um pedido muito emocional, pessoal mesmo. Ele não tem mais condições de ser candidato e está muito seguro da decisão dele. Está muito angustiado e está pensando no Estado mesmo. Ele diz que as pessoas têm de ter o MDB como opção de voto, que não é possível que Mato Grosso do Sul tome uma decisão deste nível no 1º turno”, detalhou.

Já sobre o fechamento de aliança e a definição de quem assumirá o papel de “vice-candidato” ao governo, Simone acha que só a partir de quarta-feira o cenário ficará mais claro. “Coloquei meu nome à disposição a pedido do ex-governador. Mas, de hoje para amanhã, o diretório vai se reunir, é uma decisão do partido”, afirma sobre oficializar a pré-candidatura.

A senadora diz ainda que integrantes do diretório devem convocar os partidos aliados para apresentar a situação. “Dentro de 48 horas, tudo isso será discutido. Uma coisa é o André, outra coisa é a Simone. A bola ainda não está comigo, nem vou participar destas reuniões”.

O MDB marcou para o dia 4 de agosto a convenção do partido.

Puccinelli na viatura do PF (Polícia Federal), quando foi preso na sexta-feira, dia 20 de julho (Foto: Reprodução)
Puccinelli na viatura do PF (Polícia Federal), quando foi preso na sexta-feira, dia 20 de julho (Foto: Reprodução)
Van que transportou presos para exame de corpo de delito e depois para o Complexo Penal escoltada por viaturas da PF (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)
Van que transportou presos para exame de corpo de delito e depois para o Complexo Penal escoltada por viaturas da PF (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)

Lama Asfáltica – Preso desde o dia 20 de julho, o ex-governador de Mato Grosso do Sul e ex-prefeito de Campo Grande por duas vezes, André Puccinelli, é o principal alvo da Operação Lama Asfáltica, que investiga suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de obras públicas.

O ex-governador, o filho dele André Puccinelli Júnior e o advogado João Paulo Calves foram presos no dia 20 de julho por força de decisão liminar do juiz Bruno Cezar Teixeira, da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande.

Os advogados Renê Siufi e André Borges foram primeiro do TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região para tentar a liberdade dos clientes. O pedido liminar de habeas  corpus foi negado pelo desembargador Maurício Kato na tarde do dia 24.

O magistrado descartou tese de “constrangimento ilegal” com as prisões e aceitou argumentos de que as prisões são necessárias par continuidade das apurações sobre lavagem de dinheiro de propinas e ocultação de bens a partir do Instituto Ícone –registrado em nome do advogado João Paulo Calves e que investigadores apontam pertencer, de fato, a André Puccinelli Junior, filho do ex-governador.

No 7º da prisão, o Campo Grande News apurou e divulgou que Cezar Bitencourt, doutor em Direito Penal e mais recentemente contratado pelo deputado federal Rodrigo Rocha Loures (MDB-RS), parlamentar que ficou conhecido por ter sido filmado com mala contendo R$ 500 mil em dinheiro, era o novo representante do ex-governador.

Foi ele quem ingressou com o pedido de liberdade no STJ, também negado. Até o fim de semana, os advogados ainda definiam qual seria a nova estratégia de defesa.

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