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Política

Olarte põe chefe do Gaeco na defesa e testemunha chave de caso “some”

Edivaldo Bitencourt | 18/11/2015 15:19
Promotor que comandou investigação pode depor na defesa de Olarte (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Promotor que comandou investigação pode depor na defesa de Olarte (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

A nove dias do julgamento do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (PP), duas polêmicas marcam o processo na Seção Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). A primeira é que a peça-chave na denúncia, o empresário Paulo Sérgio Telles, sumiu. A segunda é que o réu colocou o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), como testemunha de defesa.

A audiência de julgamento e instrução de Olarte e mais dois – Ronan Edson Feitosa de Lima e Luiz Márcio dos Santos Feliciano – está prevista para começar às 9h do dia 27 deste mês. No entanto, uma das principais testemunhas de acusação e que deu início ao escândalo do “golpe do cheque em branco”, Telles, não foi localizado pela Justiça até o momento. Oficiais de justiça já o procuraram em vários locais e não o localizaram.

Olarte arrolou várias testemunhas de defesa, entre as quais estão o ex-governador André Puccinelli (PMDB), a vice-governadora e secretária de Assistência Social, Rose Modesto, o ex-secretário municipal de Governo, Rodrigo Pimentel, e o presidente afastado da Câmara Municipal, Mario Cesar Oliveira (PMDB).

A surpresa ficou por conta da convocação do promotor Marcos Alex, que conduziu toda a investigação que resultou na denúncia de Olarte por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O prefeito afastado tenta, agora, colocá-lo no banco das testemunhas para defendê-lo da acusação feita pelo Gaeco.

O procurador-geral de Justiça, Humberto Matos Brittes, recorreu ao Tribunal de Justiça contra o depoimento de Marcos Alex. Ele alega que o coordenador do Gaeco vai atuar na acusação no dia do julgamento, previsto para a última sexta-feira deste mês. Ele argumentou que o promotor é parte do processo e não pode atuar como testemunha.

Na petição encaminhada ao desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, Brittes lembra que é totalmente incompatível o promotor atuar como testemunha de defesa neste caso.

O julgamento é histórico para Campo Grande, já que é a primeira vez que um prefeito senta no banco dos réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Olarte foi afastado do cargo na Operação Coffee Break, também conduzida pelo Gaeco, em que apura a compra de vereadores para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP).

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