Pecuarista de MS depõe por 3 horas e nega acusações em Campinas
O pecuarista e empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai negou acusações de envolvimento num suposto esquema de fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas em contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) em Campinas (SP). Ele prestou depoimento ontem por três horas aos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Após deixar o prédio, Bumlai se limitou a dizer que não teria qualquer participação no escândalo.
Segundo informações de matéria publicada pela Agência Estado nesta semana, Bumlai é citado em escuta telefônica que pegou um advogado e Luiz Castrillon de Aquino, delator das fraudes. Na conversa gravada, Aquino diz que Bumlai estaria interessado em fazer delação premiada para “proteger Lula”.
Ele cita o nome do empresário Italo Barioni, do grupo brasileiro Contem, em Campinas, usada por um amigo do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) na aquisição da Contem Canada Inc.
Ainda conforme a reportagem da Agência Estado, o MPE/SP (Ministério Público Estadual) chegou a pedir mandado de busca e apreensão nos endereços de Bumlai, amigo e do ex-presidente Lula.
Os valores do esquema teriam como destino o PT nacional e até mesmo o governo Lula. O nome de Bumlai também aparece em uma escuta telefônica no dia 26 de abril em que Aquino conversa com o empresário Ítalo Barioni. No diálogo, o interlocutor do ex-presidente pergunta como é o relacionamento dele com os “caras que são pagos para acusar” dentro da “Justiça” de “zero a dez” e ele diz que “dez”.
“Não conheço estas pessoas, não tenho ligação com prefeitura de lugar algum. Estou perplexo com tudo isso”, disse Bumlai em entrevista na quinta-feira ao Campo Grande News.
O caso - Além de Bumlai, outros três da “República de Mato Grosso do Sul” figuraram na operação desencadeada há mais de uma semana em Campinas. O ex-prefeito de Corumbá e ex-diretor de Planejamento da prefeitura campinense, Ricardo Chimirri Cândia, obteve habeas corpus e deixou a cadeia ontem à noite.
O ex-diretor da Sanesul e da Sanasa, Aurélio Cance Júnior, e Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na prefeitura de Lúdio Coelho, foram beneficiados na quinta-feira com revogação da prisão preventiva.
Cance ficou preso, enquanto Lagos não chegou a ser detido. “Eu não vou falar agora (...) não neste momento”, disse Lagos.
O escândalo da Sanasa abalou a estrutura político-administrativa de Campinas e motivou vários protestos na cidade. (Com informações do grupo Rede Anhanguera de Comunicação)