Pela terceira vez, secretário vai a Câmara explicar tapa-buracos
As operações tapa-buracos vão exigir pela terceira vez, nesta segunda-feira (16), explicações do secretário de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir Alves de Brito, na Câmara Municipal de Campo Grande. Os vereadores querem detalhes mais específicos sobre o funcionamento dos contratos e execução do serviço, além de síntese do relatório de mais de 20 mil páginas encaminhado no fim de fevereiro.
Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), pontuou que a oposição insiste em uma investigação mais profunda sobre a operação do serviço, diante do que entende ser irregularidade como ruas com buracos tampados em intervalos menores de dois meses. Ele, que preside a Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, disse ainda que o “bom senso” deve prevalecer, mas não descarta abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) caso as respostas não sejam convincentes.
Na oposição, Paulo Pedra (PDT) ressaltou que os 34 contratos enviados pelo secretário foram divididos para análise. “Há dezenas de irregularidades”, resumiu o pedetista que cobrará mais uma vez respostas.
Para o secretário de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, não há sentido se abrir uma CPI para investigar a questão, uma vez que já se anunciou o cancelamento dos contratos existentes com 12 empresas e abertura de novas licitações com detalhamento mais específico do serviço e reforçar a fiscalização sobre o mesmo. Ele ainda considera que Valtemir será capaz de “levar as informações e tirar todas as dúvidas dos vereadores”.
Custo - As operações tapa-buraco consumiram, entre janeiro de 2010 e janeiro de 2015, o equivalente a R$ 372,5 milhões dos cofres públicos, em Campo Grande.
Em mensagem no dia 13 de janeiro, Valtemir já havia listado a existência de 34 contratos com 12 empresas, sendo elas Wala, Eneparv, Pavitec, Diferencial, Asfaltec, Anfer, Usimix, Selco, Gradual, Santa Cruz, LD, Proteco, Bodoquena e M.Arnaldo.
Em 2015, orçamento previsto para o serviço é de R$ 137.488.419 para tampar 11.976.588 metros quadrados de buracos na Capital. O problema é quando se paga por algo que não resolve o problema da sociedade. A Prefeitura, por meio de nota, admitiu que o pagamento é feito de acordo com o serviço executado e que pretende trocar o serviço pelo recapeamento dos trechos problemáticos.
Por ano, a metragem de tapa buraco só tende a aumentar. Em 2016, está previsto a realização de 12.425.710 metros quadrados, um aumento de 3% de área. Já em 2017, o fim do mandato do prefeito Gilmar Olarte (PP), será feita 38.352.293 metros quadrados de reconstituição asfáltica.