PF vê em emails manobras para "legalizar" dinheiro desviado por grupo
E-mails monitorados pela PF mostram movimentação financeira do grupo de Amorim
A Polícia Federal também monitorou e-mails trocados por integrantes da organização comandada pelo empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos no final do ano passado – de 9 a 24 de dezembro. Ao final, foi elaborada uma planilha com os e-mails considerados importantes para a investigação da Operação Lama Asfáltica.
Boa parte das mensagens analisadas são referentes e pagamento de locação de bens móveis entre as empresas construtoras, envolvendo alta quantia de dinheiro, o que levou os policiais a suspeitarem tratar-se de uma estratégia para dar “roupagem lícita” a eventual desvio de recursos públicos.
Somando as mensagens referentes a Ase Participações e Investimentos, foram localizados documentos que se referem a mais de R$ 10,5 milhões. A maioria é referente a contratos de locação de bens móveis, como equipamentos para medição de obras. Muitos dos e-mails são de contratos entre a Ase e a Construtora Sanches Tripolini.
Um dos documentos encaminhados via internet para a Tripolini tem o valor de R$ 440.000,00. Seria para o pagamento do aluguel de equipamentos para correção de “medição de serviços de subempreiteiros. A Ase Participações é uma das empresas da organização de João Amorim e, segundo as investigações, está em nome dela uma das aeronaves usadas pelo grupo, que tem o prefixo PPCMU.
O que também chamou a atenção dos policiais federais é um e-mail com o título “acordo”, trocado entre a operadora financeira do grupo de João Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos Amaral e Adriano Petrycoski. Na mensagem foi anexada uma anotação digitalizada, “constando um eventual acerto de contas”.
Numa das mensagens Elza Cristina encaminha comprovante de um TED para a conta de Petrycoski no valor de R$ 100.000,00 da conta de Ana Paula Amorim Dolzan e outro de R$ 400.000,00 da conta bancária de Luciano Potrich Dolzan. Ele é marido de Ana Paula, filha de João Amorim. Da conta que a filha de Amorim mantém no mesmo banco saíram outros repasses a Adriano, sendo um de R$ 541.229,23 e outro de R$ 14.000,00.
Também foram encontradas cópias dos contratos de subempreita da Egelte Engenharia com a Proteco Construções, no valor de R$ 36.810.421,49 , referente a obra do Aquário do Pantanal, e também do contrato da Egelte com a Reynolds Polymer Technology no valor de US$ 3.551.159,00 e com a Change Order VII, de US$ 4.822.779,00.