População dá "puxão de orelha" em vereadores um ano depois de sessão comunitária
Câmara visitou bairro em abril do ano passado e até hoje não mudou nada
A sessão da Câmara Municipal de Campo Grande desta quarta-feira (4) fo no Bairro Jardim dos Perdizes. Apenas 15 dos 29 vereadores participaram. Um ano depois do encontro entre população e o legislativo municipal, a demanda de problemas foi a mesma. O resultado foi “puxão de orelha nos vereadores”.
A moradora Eurides Antônia da Costa disse que a situação piorou desde a passagem dos vereadores no bairro em abril do ano passado. “A limpeza não é realizada há quatro anos, a secretaria argumenta que estão contratando frentes de trabalho”, disse.
Além disso, ela reclamou da solução paliativa dada à falta de creche. “O prefeito precisa construir o Ceinf. Há várias abandonadas no bairro que poderiam ser construídas quadras. Melhorou a iluminação, mas o asfalto continua na promessa e sinalização perto das escolas também”, pontuou.
O Ceinf (Centro de Educação Infantil) do Jardim dos Perdizes já teve a construção concluída, mas falta equipar com móveis. Por enquanto, a prefeitura alugou uma casa para atender cerca de 80 crianças. “A situação da casa é precária, não sei como a vigilância sanitária autorizou”, pontuou a moradora.
A presidente da Associação das Mulheres do bairro, Elizete Geraldo Gomes, deu um “puxão de orelha nos vereadores”. “Os vereadores deveriam estar no bairro, mas só tem meia dúzia e ainda chegam atrasados”, considerou.
Apenas cinco vereadores justificaram a ausência: Delei Pinheiro (PSD), Edil Albuquerque (PMDB), João Rocha (PSDB), Paulo Siufi (PMDB) e Edson Shimabukuro (PTB).
Para defender a Casa de Leis, Chiquinho Telles (PSD) criticou o Executivo Municipal. “Se o Executivo não aguenta peça para sair”, ressaltou. Na avaliação do vereador, os moradores estão vibrando com quebra-molas e asfalto, ao invés de comemorar com construção de escolas e Ceinf.
O presidente da Câmara, vereador Mario Cesar (PMDB), disse que o Legislativo está cumprindo o papel de levantar as demandas, mas não tem o poder de executar obras. “Não temos poder de executar, então fica ruim para quem tem que fazer as coisas”, ponderou.
O vereador Carlos Borges (PSB), o Carlão, voltou a defender a necessidade de os secretários municipais apresentarem as ações para curto, médio e longo prazo à população. Essa foi a alternativa apontada para atender o mínimo das demandas apresentadas nas comunitárias.