PP e PSDB terão as principais cadeiras da próxima Mesa Diretora do Legislativo
Deputados estaduais eleitos para os próximos quatro anos já se reúnem para buscar chapa de consenso
As alianças das eleições deste ano vão refletir diretamente na formação da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2023/2024. O deputado estadual Gerson Claro (PP) falou com exclusividade ao Campo Grande News sobre como está sendo a articulação para conseguir uma chapa de consenso entre os 24 deputados. Para se eleger são necessários 13 votos.
“O PP tem pretensão de disputar a presidência da Assembleia Legislativa, pela participação no projeto político e de participar de um poder. Reivindicamos isso através da Tereza Cristina (PP), nossa senadora eleita, de dois deputados estaduais eleitos e um deputado federal”, justificou ele que sempre foi aliado de primeira hora do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
A ex-ministra da Agricultura participou ativamente da campanha vitoriosa de Eduardo Riedel (PSDB) para o governo do Estado. Foi vista como uma madrinha política ao apresentar o amigo de longa data do agronegócio para a população e ressaltar suas qualidades para ajudar o Estado a continuar crescendo.
Mas segue indefinido o nome do PP para a principal cadeira do Poder Legislativo. “Se o partido entender que posso representar bem a sigla e os colegas aceitarem, pode ter certeza que vou aceitar o desafio. Mas isso é um segundo momento, não está resolvido ainda. Temos que resolver dentro de casa. Se nós tivermos isso acertado com o governo, a gente pode construir uma chapa de unanimidade”, ponderou.
Além de Gerson, o PP também reelegeu Londres Machado para seu 12º mandato. O parlamentar está com 80 anos, já foi duas vezes governador interino de Mato Grosso do Sul e presidente da Mesa Diretora por várias legislaturas. No entanto, o decano tem dito a parlamentares próximos que não tem a intenção de assumir um cargo que tome muito o tempo dele. O presidente da Casa de Leis precisa estar integralmente no comando do poder e presencialmente nas sessões ordinárias.
E por conta dessa pretensão do PP, será natural que o PSDB tenha a preferência para ser o primeiro secretário ou indique alguém para a segunda cadeira mais importante do Legislativa. É essa a vaga que administra todo o orçamento destinado para o Legislativo. Mas, internamente, dois nomes já se colocaram como candidatos.
Os tucanos representam a maior bancada eleita dos próximos quatro anos, com seis deputados. Já afirmaram que estão disputando a primeira-secretaria o atual presidente Paulo Corrêa e o deputado Jamilson Name.
Já Mara Caseiro ainda busca articular a presidência da Casa. Se o PSDB pegar a presidência, será invertida a ordem. No caso o PP ficaria com a primeira-secretaria. Só que até o momento não houve uma reunião dos seis tucanos com o presidente do partido, o governador Reinaldo Azambuja.
Mesmo que ele afirme publicamente que os deputados precisam decidir os nomes entre eles, muitos aguardam uma orientação que será acatada como forma de lealdade e gratidão pelo apoio durante a campanha eleitoral.
O fato é que as peças do xadrez estão se mexendo lentamente, conforme Gerson Claro confirmou. “Não temos pressa. O Riedel toma posse dia 1º de janeiro e nós fazemos a eleição no dia 1 º de fevereiro, pra que atropelar? Não precisa. O mais importante agora é trabalhar composição de governo. Temos a Lei Orçamentária Anual para votar, tem muita coisa para poder acertar e depois definir a Mesa. Ela está sendo dialogada, mas não tem que resolver hoje. Tem muito tempo ainda”, ponderou.
Vale ressaltar que ainda é preciso ser feita a formação de blocos e comissões. A principal dela, a CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) que pode entrar na negociação para o consenso de uma chapa ano que vem. As indicações devem ocorrer do mesmo jeito dos anos anteriores.
A expectativa é que tudo esteja definido em janeiro. Uma fonte de dentro do PSDB também destacou que está muito cedo para fazer essa discussão. “O governador Reinaldo e o futuro governador vão chamar os deputados no momento certo. Tudo que falar hoje está cedo demais. É muita especulação”.