Prefeita oferece reajuste de 4,7% a professores
Sindicato já sinalizou que faria greve se não fosse pago reajuste de 10,39%
Após alegar que a Prefeitura de Campo Grande não tem condições de pagar em dezembro a parcela de reajuste salarial de 10,39%, prevista em lei, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) ofereceu reajuste de 4,78% e auxílio alimentação de R$ 400, como indenização, aos mais de 8 mil professores que, nesta terça-feira (29), fazem paralisação das aulas. O sindicato da categoria, que já havia ameaçado greve caso o percentual fosse abaixo do previsto em lei, agora fará assembleia para bater o martelo e parar as aulas.
Ao sair de reunião com a prefeita nesta manhã, o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucilio Nobre, não confirmou a greve, mas disse que “já está sinalizada a greve”.
“As negociações foram no início do ano. Então, nesse momento, só viemos pegar a proposta. Eles entregaram a proposta, de fato, mas não dialoga com os 10,39% e vamos agora discutir o que será feito. Já está sinalizada a greve, então precisamos voltar para discutir para ver como vamos encaminhar. Não está resolvido”, disse Lucílio com a proposta em mãos.
Proposta - O documento assinado pelas secretárias de Finanças e Planejamento, Márcia Hokama, e de Gestão, Maria das Graças Macedo, informa que o auxílio alimentação oferecido será por 40 horas semanais, aplicando-se à proporcionalidade do valor/hora/aula.
O texto diz ainda que o intuito é “estabelecer uma política de valorização e humanizar aos servidores municipais da carreira do magistério”.
Entenda a paralisação - Na semana passada, o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, anunciou que a prefeitura não poderia pagar reajuste de 10,39%, conforme previsto em uma tabela de aumento escalonado, aceita pelos professores após negociações e definida pela Lei Municipal 6.796/2022 para atender lei federal.
Com o escalonamento, o reajuste total de 62,4% virá em outubro de 2024. A lei sancionada pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), em março de 2022, desobriga o ente municipal a cobrir a remuneração, caso isso represente extrapolar o limite da folha de pagamento.